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sábado, 23 de novembro de 2024
Hospedeiro

Mortes por dengue supera 2021 com aumento superior a 181%

A preocupação é que as ocorrências aumentam apesar do período de seca, as últimas chuvas foram entre os meses de abril e maio

Postado em 2 de setembro de 2022 por Sabrina Vilela

Dados do boletim epidemiológico disponibilizado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) mostram que o número de casos confirmados da doença este ano foi 141,6 mil. Já no período de 12 meses de 2021 foram contabilizados 38.8 mil casos. Entre janeiro e a penúltima semana de agosto de 2022, 111 pessoas morreram por complicações da dengue

Gerente de vigilância ambiental e saúde, Edna Maria Covem afirma que desde outubro do ano passado houve um aumento considerável no número de casos da doença em Goiás. Segundo ela, de outubro do ano passado a abril de 2022 houve aumento de mais de 300% no número de casos, além da quantidade de óbitos. Devido a esses agravos a SES-GO adotou medidas de controle recomendadas pelo Ministério da Saúde para controle do mosquito e para reduzir os casos. 

A preocupação é que as ocorrências aumentam apesar do período de seca, as últimas chuvas foram entre os meses de abril e maio.  De acordo com a gerente, isso significa que existem criadouros persistentes nos imóveis das cidades do Estado. “Uma piscina descoberta que não  é limpa a muito tempo é um grande criadouro, também caixa d’água destampada. Apesar de não ter chuva, temos recipientes de água que estão nas residências que continuam sendo criadouros do mosquito da dengue”. 

Ações

Convém destacar que desde de outubro de 2021 as visitas dos agentes de combate a endemias retornaram após mais de um ano parados por conta da pandemia. Ela destaca que a SES-GO prestou apoio a equipes municipais capacitando esses agentes de combate a endemias na realização de visitas, identificação de criadouro, e a utilização de inseticidas. “Usamos inseticidas tanto larvicida como adulticida para o controle do mosquito. Então quando se encontra os criadouros o agente de combate a endemias usa o larvicida e orienta o proprietário do imóvel a eliminar aqueles criadouros”, salienta.

Por causa do período em que os agentes ficaram parados, eles tiveram que passar por nova qualificação para exercer suas funções. “Adquirimos mais de 700 bombas costais, então aquelas bombas que estavam nos municípios que porventura danificaram, receberam manutenção. Todas receberam manutenção e todas estão em funcionamento”. Também são usadas 18 bombas do tipo fumacê em cada regional de saúde do Estado. 

A dengue pode evoluir para casos graves e até levar à morte. Por isso, o médico infectologista Marcelo Daher alerta que aos primeiros sinais de sintomas, a pessoa deve procurar o médico imediatamente, porque em alguns casos pode evoluir de forma grave. Embora os sintomas sejam parecidos com outras doenças como gripe e Covid-19 tem como diferença por meio da dor no corpo que é fora do comum e manchas na pele, que começam a aparecer a partir do sexto dia. 

A partir do momento que a pessoa contrai a doença, é necessário um monitoramento constante. “Isso é feito por meio da realização de hemogramas constantes, para avaliar queda de plaquetas e a hemoconcentração, para saber se a pessoa está com hidratação suficiente ou não”, explica o infectologista. 

Situação de Goiânia 

Gerente do Departamento de Controle de Vetores da Zoonoses, Izaias de Araújo destaca que em Goiânia os casos se encontram em queda, com diminuição da incidência dos casos. Segundo o Boletim Epidemiológico, até a 34ª semana epidemiológica, foram registrados 49 mil casos prováveis de dengue. Destes, 27.6 mil foram confirmados. O Boletim ainda informa que são 29 óbitos registrados e estão 36 em investigação.

Se comparar com o mesmo período do ano passado (até a 34ª semana) houve aumento em 2022. “Deve-se observar que a maioria dos casos ocorreram ainda em período chuvoso, e mesmo após findarem as chuvas ainda havia muitos locais com presença de criadouros com água e presença de focos. Neste período mais seco, houve uma forte redução da ocorrência de casos de dengue”.

O gerente destaca ainda que as visitas domiciliares dos Agentes de Combate à Endemias continuam sem interrupção, a fim de eliminar ou tratar os criadouros que ainda persistem mesmo neste período seco, de baixa umidade e elevadas temperaturas. Todos os casos de dengue notificados ao Controle Vetorial estão sendo bloqueados com aplicação de adulticidas para eliminação de mosquitos, interrompendo a transmissão da doença, conforme destaca Araújo. 

Ainda, são realizadas recuperação de pendências – imóveis que ficaram fechados durante a visita domiciliar – aos sábados, atuação do Auditor Fiscal de Saúde Pública nos imóveis que se mantêm  em situações de risco, com notificação ou aplicação de multas. Abertura de imóveis abandonados, desocupados utilizados sem autorização judicial e de chaveiro.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia informou por meio de nota que entre as ações de combate à dengue desenvolvidas pela pasta estão: retomada das salas de hidratação em todas as unidades de urgência, qualificação de 246 profissionais de nível superior em manejo da arbovirose; 134.585 atendimentos laboratoriais. 

Visitas

Foram realizadas 906.705 visitas domiciliares de Agentes de Combate a Endemias;10.351 imóveis com presença de larvas ou pupas de mosquitos; 14.412 focos eliminados/tratados; 3.400 denúncias realizadas pelo telefone/aplicativo Goiânia Contra o Aedes/Ouvidoria que foram atendidas; 5.620 visitas fiscais visando coibir a manutenção de materiais propícios a proliferação de vetores; 1.911 autuações emitidas pelos Auditores Fiscais frente às situações de risco identificadas durante as visitas; 333 armadilhas, instaladas em 23 bairros para coleta de ovos  de mosquitos; a pedido da SMS, 103 remoções foram feitas pelas equipes da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) com uma produção de 543 mil toneladas de materiais inservíveis (acumuladores, imóveis abandonados, terrenos baldios.

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