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sábado, 23 de novembro de 2024
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Eleições

Bolsonaro e Lula transferem votos suficientes para seus candidatos?

Na tentativa de formar palanque e mobilizar suas lideranças Brasil afora, ambos contam com candidaturas nos estados. Em Goiás, candidatos lutam para alcançar chances reais de vitória e apostam na vinculação de seus nomes ao de suas lideranças.

Postado em 19 de setembro de 2022 por Felipe Cardoso

Conforme as eleições se aproximam, mais polarizado fica o cenário. A nível nacional, dois grandes players políticos protagonizam a disputa. De um lado, o chefe do Poder Executivo e candidato à reeleição pelo PL, presidente Jair Bolsonaro. Antagônico ao seu projeto, está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tenta voltar ao comando da nação pelo Partido dos Trabalhadores. 

Na tentativa de formar palanque e mobilizar suas lideranças Brasil afora, ambos contam com candidaturas aos governos estaduais em todos os estados da Federação. Em Goiás, o representante bolsonarista é Major Vitor Hugo (PL). Já o representante dos petistas é Wolmir Amado. Por mais que discordem em quase tudo, um ponto, no entanto, não é nada divergente na opinião de ambos: acreditam piamente que seus candidatos possuem força suficiente para levá-los à vitória. 

Tratando-se especificamente da esquerda, apesar do protagonismo a nível nacional, a leitura é de que a sigla tende a não transferir a mesma força aos palanques regionais. Para o cientista político Lehninger Mota, a popularidade do ex-presidente não pode ser transferida a nenhum outro candidato. 

“Trata-se do fenômeno de um presidente que conseguiu, economicamente, transpor a barreira das pessoas conservadoras. Essas pessoas, observa-se, que até podem votar no Lula, mas enfrentam uma dificuldade maior em votar no PT quando são apresentados outros nomes. Lula é maior que o partido. Por isso seguirá bem em vários estados, ainda que a legenda não esteja”, ponderou. 

Não é o que pensa, porém, o candidato petista no estado. Em sabatina promovida pelo Grupo O Hoje, o candidato do PT foi na contramão do cientista e defendeu com unhas e dentes a força de transmissão de votos de Lula. Para o candidato, as pesquisas eleitorais e o contexto polarizador entre Lula e Bolsonaro dão destaque aos seus indicados.

“As pesquisas a que tive acesso, os eleitores disseram que votariam no candidato indicado, seja por Bolsonaro ou Lula”, disse. “Além disso, o partido [PT] tem capilaridade. Aqui em Goiás, nós temos 45 mil pessoas filiadas e milhões no Brasil. O partido tem história, o PT teve experiência de gestão, tem história nas prefeituras do estado, os nomes do partido são conhecidos como lideranças que já atuaram no executivo e nas prefeituras. Então há uma potencialidade de nomes e uma consolidação partidária de um dos partidos mais invocados e mais enraizados da sociedade brasileira”, finalizou.

No caso de Bolsonaro, a cena se repete. Ainda que o entendimento dos estudiosos aponte para uma facilidade maior, quando comparado ao líder petista, a leitura, em um modo mais amplo, é de que o presidente também se encontra em uma posição muito maior do que seu partido político. 

O candidato do presidente Jair Bolsonaro, Vitor Hugo, reconhece esse fator, mas aposta que, pelo grau de proximidade com o presidente, tende a capitalizar muito mais do que Wolmir ante a relação com Lula. “A minha identificação não é com o partido, é com o presidente. Tenho vídeos do presidente falando que eu sou um cara que ele confia, uma pessoa competente que ele tem afinidade”.

E continua: “A minha ligação com o presidente é muito mais clara, explícita e real do que talvez seja a ligação do Wolmir com o líder político dele. Sem contar que existe um desgaste político imenso de seu líder, que não tem potencial em Goiás nem perto do que o presidente Bolsonaro tem. Se eu conseguir 60% dos votos do presidente aqui em Goiás, só aí são 30% do eleitorado. Daí a certeza que eu tenho de que vamos crescer a ponto de chegar próximo de vencer ou vencer no primeiro turno é grande”, finalizou. 

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