Vinícius Marques

O poder de compra dos brasileiros diminuiu consideravelmente nos últimos anos, reduzindo, também, o consumo de eletrodomésticos, incluindo as TVs, mas tradicionalmente, muitas famílias costumam trocar suas televisões em época de copa do mundo, geralmente por uma maior e mais moderna.

Tendo em mente que a estreia da seleção brasileira será na véspera da Black Friday, os lojistas começam a preparar ações para tentar antecipar as vendas de televisores, como a “black week”, que visa antecipar as ofertas que seriam só na sexta-feira oficial, iniciaria junto com a abertura da copa do mundo.

A Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) projeta que a Black Friday deve movimentar mais R$ 6 bilhões só no comércio eletrônico. A entidade ainda estima que o número de pedidos pode chegar a 8,3 milhões neste ano.

Os números representam um aumento de 3,5% em relação a 2021. Segundo a ABComm o crescimento tímido é uma tendência para as datas especiais deste ano e as televisões e eletrodomésticos representam as maiores intenções de compras no e-commerce.

Em um momento de juros altos e um elevado número de brasileiros com restrições de crédito. Os varejistas abusam da criatividade na hora de conquistar o consumidor, parcelamentos em até 30 meses no carnê, entrega do modelo antigo em trocas de descontos, cashback na compra de outros produtos, são algumas das ações pensadas pelas lojas.

Conforme uma pesquisa divulgada na Plataforma Gente, dos que pretendem comprar algo em função da Copa, 72% também têm a intenção de comprar na Black Friday.

Valdeci Resende, é gerente em uma varejista de móveis e eletrodomésticos da capital e diz que durante o ano, não sentiu um aumento nas vendas de televisores em relação a outros anos, mas já começa a ver uma movimentação em relação a venda das TVs. “Agora com a aproximação da copa do mundo, nós já estamos vendo uma melhora, as pessoas têm pesquisado, perguntado e até comprado, principalmente televisões com telas maiores”. afirma, Valdeci

A avaliação de Valdeci é a mesma da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (ELETROS). Segundo a entidade, nos cinco primeiros meses deste ano, a venda de televisores havia caído 19% em relação ao mesmo período do ano passado. 

A expectativa da ELETROS é que a partir deste mês, a venda de TVs salve o ano e chegue, pelo menos, aos mesmos números do ano passado, que foi de 11,5 milhões de televisores e já foi 16% menor, em relação a 2020.

A indústria tem trabalhado com o objetivo de tentar alavancar as vendas numa data que é crucial para o setor. Mesmo sendo ano de Copa, a estimativa da consultoria GFK é que o segmento feche 2022 com alta de só 2% no volume de vendas. Por isso, as próximas semanas serão estratégicas.

Fernando Baialuna, diretor de varejo e negócios da GFK, relata que muitas ações de parceria entre indústria e varejo estão sendo concretizadas, como prazos maiores para as lojas pagarem os fornecedores, o carnê – que agora é digital – para estimular a demanda e até TVs sendo vendidas em programas de milhagens.

A previsão da GFK é que a Black Friday, juntamente com a copa do mundo seja responsável pela venda de cerca de 1 milhão de unidades de TVs. (Especial para O Hoje)