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sábado, 23 de novembro de 2024
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Pirataria

Mais da metade dos cigarros consumidos em Goiás tem origem do contrabando

Os números do Estado ultrapassam a média nacional de cigarros ilícitos no país, que é de 48%

Postado em 26 de outubro de 2022 por Rodrigo Melo

Ao menos 51% de todos os cigarros consumidos em Goiás foram adquiridos de forma ilegal no ano de 2021, segundo pesquisa Ipec divulgada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Com isso, Goiás está entre os cinco estados com maiores mercados ilegais de cigarros no Brasil, atrás somente do Mato Grosso do Sul (84%), Minas Gerais (54%), São Paulo (53%) e Paraná (64%).

Além disso, os números de Goiás ultrapassam a média nacional de cigarros ilícitos no país, que é de 48%. Somente no mês passado, em uma operação, a Polícia Militar (PM), por meio do Comando de Operações de Divisas (COD), apreendeu 41.500 unidades de cigarros contrabandeados de origem paraguaia no Estado.

“O percentual de cigarros ilícitos segue muito alto no país e nos estados. Isso também é um indicativo do estrangulamento do poder de compra do consumidor, que não consegue ter acesso aos produtos legais devido à alta tributação do setor no país. Se não tivermos estratégias de longo prazo, o mercado ilegal voltará a crescer ainda mais”, explica o presidente do FNCP, Edson Vismona.

Ainda de acordo com o presidente do FNCP, é preocupante saber que os recursos obtidos com o contrabando de cigarro também financiam a operação de organizações criminosas e terroristas, envolvendo produção, logística, venda e corrupção. “O dinheiro do contrabando abastece o mesmo caixa usado para fazer rodar o tráfico de drogas e armas”, explica.

Cenário nacional

A mesma pesquisa Ipec estima que mercado ilegal de cigarros causou ao país uma sonegação fiscal de R$ 10,2 bilhões somente em 2021. Se somada nos últimos 10 anos, essa quantia chega aos R$ 86 bilhões.

Combate ao contrabando

Medidas econômicas poderiam diminuir essa desvantagem, já que os impostos no Brasil sobre os cigarros variam de 70% a 90%, dependendo do Estado. Já no Paraguai, o produto é taxado em apenas 20%.

Por isso, o presidente do FNCP defende o debate tributário como parte da estratégia de combate à ilegalidade. “É importante que sejam tomadas medidas que impactem a demanda do cigarro ilegal e não apenas que se restrinjam ao combate da oferta do produto ilegal. Para isso, uma revisão tributária é fundamental e deve ser colocada em discussão,” finaliza Vismona.

Leia também: Solidão e tristeza envelhecem mais que o uso de cigarro

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