Caixa recebeu 205 denúncias de assédio sexual entre 2019 e 2022, diz Justiça do Trabalho
De acordo com o processo, as denúncias aumentaram com o tempo, o que aponta a falta de medidas tomadas por parte da direção da estatal para coibir as práticas
Mais de 200 denúncias de assédio sexual foram recebidas pela Caixa Econômica Federal entre abril de 2019 e julho de 2022, com a maioria sendo arquivada. O relatório foi a partir de uma ação do Ministério Público do Trabalho movida no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), em Brasília.
De acordo com o processo, as denúncias aumentaram com o tempo, o que aponta a falta de medidas tomadas por parte da direção da estatal para coibir as práticas. O desembargador Pedro Luís Vicentin Foltran expediu liminar determinando que o banco tome práticas contra assédio.
A ação não detalha o que ocorreu com as denúncias que não foram arquivadas. Questionada sobre o motivo dos arquivamentos e sobre o resultado dos demais processos, a Caixa ainda não se posicionou.
Leia também: Ministério Público inspeciona Caixa após denúncias de assédio
Denúncias
Os diversos casos de assédio na estatal vieram a público após funcionárias denunciarem o ex-presidente, Pedro Guimarães. As denúncias ao Ministério Público relataram episódios de aproximação física e toques indesejados.
Pedro Guimarães também foi processado por constranger funcionários do banco determinando que realizassem flexões no horário de trabalho. A imagens foram publicadas na internet e mostram o real momento em que Pedro faz as determinações.
Quadro ‘alarmante’
O MPT argumenta que o banco “tem se mantido inerte em relação à adoção de procedimentos efetivos capazes de coibir ou atenuar” os episódios de assédio. O alto escalão da estatal ainda estaria adotando “ações coibidoras e punitivas aos empregados denunciadores”.