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sábado, 23 de novembro de 2024
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Na capital

Goiânia registra mais de 400 acidentes de trânsito por mês

Só no mês de outubro foram 344 ocorrências com lesões

Postado em 24 de novembro de 2022 por Alexandre Paes

Nos grandes centros urbanos como Goiânia, as vias de fluxo rápido recebem boa parte dos veículos, e a probabilidade de ocorrência de acidentes também é alta. Em média, 400 acidentes são registrados por mês na capital e região metropolitana, sendo 80% dos casos envolve motociclistas. Só no mês de outubro foram 344 ocorrências com lesões.

Em reportagem publicada no final de 2021 pelo jornal OHoje, dados apontaram que o alto número de acidentes na Perimetral Norte é um problema antigo. Entre 2018 e o final de 2021 foram registrados 1.044 acidentes na via, uma média de pelo menos um por dia.

Localizada na Região Norte, a avenida é classificada como via arterial. Ligando vários pontos da cidade, os mais de 10 quilômetros de extensão atraem todo tipo de fluxo, com movimento de caminhões semelhantes ao de rodovias. Inicialmente pensada em localização distante da região central, a via foi alcançada pela expansão urbana, resultando em acidentes envolvendo pedestres.

Em 2020 o titular da pasta, Horácio Mello, reconheceu os desafios da via e atribuiu a quantidade de acidentes ao trânsito intenso de caminhões. “No momento, nós não temos uma rodovia com infraestrutura adequada para realocar o fluxo”, disse o gestor.

A Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM) diz que tem tomado medidas para reduzir as ocorrências na avenida. Atualmente a velocidade máxima permitida é de 60km/h. Sobre a sinalização, a pasta diz que a via conta com seis pontos de fiscalização eletrônica, de 40km/h e 50km/h, além de 21 semáforos.

Inegavelmente, dirigir na chuva assusta muitas pessoas, porque a visibilidade é reduzida e os pneus não ganham a aderência que deveriam. Dessa forma, é indispensável manter o veículo em boas condições e colocar em prática as instruções relacionadas à direção defensiva.

Mulher morre após cair da moto

Uma mulher de 38 anos morreu após cair dentro de córrego da Marginal Botafogo em um acidente de trânsito ocorrido no início desta segunda-feira (21), em Goiânia. De acordo com a Polícia Civil, vítima conduzia uma motocicleta Honda Biz de cor branca, quando perdeu o controle da direção.

Agentes da Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict) foram acionados ao local do acidente e constataram, por meio de vestígios, que a vítima seguia pela Avenida Marginal Botafogo, no sentido Setor Pedro Ludovico-Centro, na faixa de rolamento da esquerda. Por motivos ainda não esclarecidos, ela perdeu o controle da direção e se chocou contra a defensa metálica do Córrego Botafogo.

Com o impacto, o corpo da motociclista foi arremessado para dentro do córrego e seguiu por aproximadamente 4 quilômetros até ser retirado da água. O serviço de resgate foi prestado por mergulhadores do Corpo de Bombeiros. Um médico da guarnição constatou que a mulher já não apresentava os sinais vitais.

Para o especialista em Trânsito, Benjamin Jorge Rodrigues dos Santos, um dos problemas do alto número de acidentes de trânsito, como por exemplo o ocorrente nesta semana, é devido a imprudência dos motoristas. “As multas de trânsito por excesso de velocidade aumentaram, indicando que o condutor precisa pisar mais no freio e respeitar as regras. O caso dessa moça é complexo, mas alerta a comunidade para os cuidados na hora de dirigir, principalmente no respeito aos motociclistas”, destaca. 

Cresce número de veículos pelas ruas 

Atualmente, Goiás possui cerca de 920 mil motocicletas. O último estudo divulgado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou Goiânia em 6° lugar no quesito maior frota de carros do Brasil. Na categoria motos, a Capital ficou em 4° lugar.

O número justifica o quanto o trânsito de Goiânia é lento e estressante, conforme explica o professor do Instituto Federal de Goiás (IFG) e engenheiro de transportes, Marcos Rothen. Segundo ele, a cada ano surgem novos automóveis e o trânsito piora. “E não tem opção, quem decide ir a pé anda por calçadas inclinadas, obstruídas e o transporte coletivo não tem conforto”, diz.

Somado a isso, a ausência de sinalização em vias movimentadas também contribui para a ocorrência de incidentes, avalia o doutor em transportes e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Adriano Paranaíba. “Além de imprudência, falta de cuidado e atenção por parte do motorista, é importante ver o outro lado da moeda. Outros fatores envolvem a má sinalização das vias, má qualidade das vias – buracos, qualidade do asfalto, outros problemas de geometria das vias”, exemplifica.

Pedestres ficam mais vulneráveis 

Nas vias de fluxo rápido as velocidades são maiores e consequentemente acontecem mais acidentes e a maior velocidade o que implica diretamente na maior gravidade dos acidentes. Rothen explica que as tanto a Marginal Botafogo quanto a Perimetral Norte são mal sinalizadas, necessitando de uma fiscalização mais pró- ativa, para coibir os muitos abusos que os motoristas cometem. 

“A educação para o trânsito consiste em ensinar os procedimentos para os motoristas, mas precisa ser completada pelo risco de ser punido. Desde criança aprendemos que não devemos fazer as coisas erradas para não sermos punidos. Aprendemos que se fizermos uma coisa errada teremos um castigo e assim por diante. Ou seja, a educação vem associada a possibilidade de punição”, relata o especialista.

Rothen destaca ainda que o pedestre é normalmente a vitima mais inocente. “A nossa cidade não tem consideração com os pedestres, e  eles tem que se virar para atravessar a rua, mesmo que muitas vezes tenham que correr risco até utilizando as faixas de pedestre”, pontuou. 

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