Euler Morais vê MDB em destaque no Estado e no país
Para ele, Daniel Vilela terá papel estratégico na gestão Caiado
Nada de “decorativo”. Emedebista histórico, Euler Morais vê o partido, na figura de Daniel Vilela, vice de Ronaldo Caiado (União Brasil), em papel estratégico. Segundo ele, o presidente estadual da sigla vem crescendo em estatura política e construindo uma afinidade substantiva com o governador, além de intimidade com a gestão.
“Daniel ocupa um espaço estratégico e o governador deverá delegar missões importantes a ele. Além disso, o próprio partido, possivelmente, ocupará mais posições a convite do governador. Para colaborar na gestão”, observa Euler, que é membro da Executiva Estadual do MDB e esteve ao lado de Maguito Vilela, pai de Daniel, desde que ele foi governador de Goiás na década de 1990.
Questionado sobre essa participação da legenda, ele diz que não se resume a pastas – eventualmente, Caiado fará uma reforma administrativa para essa nova gestão. Ele lembra que os parlamentares eleitos do MDB também possuem suas demandas e o gestor estadual deverá conversar com eles. “Mas será um processo de diálogo tranquilo, sem imposição, mostrando que o MDB tem bons quadros.”
Ponte
Euler também reforça o que o Jornal Hoje já havia antecipado: que Daniel será um bom interlocutor com o governo federal. “Poderá ser a ponte do governo do Estado com o governo federal, uma vez que Maguito era muito próximo e tinha boa relação tanto com Lula quanto Dilma”, cita os petistas. “Inclusive, ele sempre teve portas abertas com Fernando Haddad”, menciona, também, o futuro ministro da Fazenda.
“Lula era amigo pessoal do Maguito, de jogar bola junto. Acredito que Daniel, como filho, terá a mesma simpatia e abertura com ele”, completa e cita uma frase do ex-governador e ex-prefeito de Aparecida de Goiânia: “Governo não briga com governo. Maguito sempre dizia.”
Esfera nacional
E por falar em governo federal, Euler diz que, pelo que tudo indica – com base nas últimas reuniões da Executiva –, o partido está propenso a ocupar um espaço relevante no governo, com dois ou três ministérios. “O partido quer colaborar em áreas que podem dar resultado tangível. Sabemos que o cenário para essa próxima gestão nacional é de muitos desafios, por causa de questão orçamentária, dos gastos e controle fiscal…”
Ainda segundo ele, a inflação é algo que requer atenção, pois não se pode perder o controle. “E a economia do País assusta um pouco, com baixo crescimento e alto desemprego. Então, assim como governador se manifestou [durante a diplomação] para desenvolver programas sociais emancipadores, é a hora, mais do que nunca, do governo federal ter esse foco”, argumenta.
Nesse sentido, Euler diz que o MDB poderá um ter papel importante, de auxiliar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a buscar mecanismos de emancipação. Ele lembra que o partido fez políticas históricas nesse sentido e lembra o programa “Pão e Leite” (Solidariedade Humana) criado por Maguito Vilela enquanto governador – à época, Euler era secretário da Solidariedade Humana.
Vale citar, o programa beneficiou cerca de 150 mil famílias com doação de alimentos e foi implementado por gestões seguintes no Estado (Renda Cidadã) e, inclusive, no País. Por causa deste, inclusive, o ex-governador teve um encontro com o então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton.
Mas dito isto, Euler vê como possibilidade para o MDB o ministério do Desenvolvimento Social. Ele destaca o nome da senadora Simone Tebet, que disputou a presidência, mas se aliou a Lula no segundo turno.
“Durante a campanha, ela enfatizou muito o combate à fome e pobreza. E ela tem amadurecido ideias e propostas para contribuir.” Para ele, não cabem pastas simbólicas ao partido. “Não tem sentido ocupar um governo dessa forma”, arremata.