Operação ‘Carência Zero’ investiga fraudes em planos de saúde,no RJ
Um grupo criminoso criou empresas de fachada para simular vínculos empregatícios e contratar planos de saúde empresariais fraudulentamente
Na manhã desta segunda-feira, 14 de outubro, foi iniciada a Operação “Carência Zero”, que investiga um esquema fraudulento em planos de saúde. As investigações apontam que um grupo criminoso criou empresas de fachada para simular vínculos empregatícios e, assim, contratar planos empresariais. Estima-se que essa fraude tenha causado um prejuízo de cerca de R$ 11 milhões a uma seguradora.
De acordo com as investigações, depois de criadas e empresas e contratados os planos empresariais, os seguros de saúde eram comercializados para pessoas físicas — que não teriam o direito de adquirir planos coletivos —, sem carência para utilização.
A operação, conduzida por policiais da 12ª DP (Copacabana), resultou na prisão de uma mulher, supostamente a líder da organização criminosa. Os agentes também estão cumprindo cinco mandados de busca e apreensão.
Entenda
De acordo com a Polícia Civil, o grupo teria criado cerca de dez empresas de fachada, cujos endereços eram falsos, muitos com numerações inexistentes. O esquema envolvia a simulação de vínculos empregatícios de mais de 800 pessoas.
Os relatos de beneficiários dos planos de saúde mostram que eles adquiriram planos coletivos para evitar o período de carência dos planos individuais, permitindo a realização de procedimentos médicos urgentes, como cirurgias bariátricas, partos e remoções de tumores cerebrais.
Eles teriam feito o pagamento das mensalidades à investigada, que teria repassado parte dos valores recebidos ao seu filho. Além da cobrança de mensalidades, a mulher teria criado uma “taxa de isenção de carência” — de pelo menos R$ 3 mil por cliente — valendo-se do fato de o plano empresarial não ter carência. Segundo a polícia, dessa forma, em apenas seis meses de 2023, os criminosos movimentaram mais de R$ 2 milhões.
Participações
As investigações indicam que o grupo incluía um contador, responsável pela abertura das empresas de fachada, e captadores de clientes que ofereciam os planos em locais de grande movimentação. Segundo informações do programa “Bom Dia Rio”, da TV Globo, uma clínica em Itaguaí, pertencente à suposta líder, também era utilizada para promover esses planos aos pacientes.
Além disso, a polícia investiga a possível participação de um médico que realizava cirurgias bariátricas e indicava a contratação dos planos de saúde a seus pacientes, facilitando a realização imediata dos procedimentos.