Morte de Yahya Sinwar: Hamas promete continuar a guerra contra Israel
Após confirmar morte de líder o Hamas promete continuar a luta contra Israel.
Após o anúncio de que Israel matou o líder do Hamas, Yahya Sinwar, o grupo terrorista palestino confirmou sua morte nesta sexta-feira (18). A facção reiterou seu compromisso de seguir em guerra contra o Estado de Israel.
O porta-voz do Hamas, Jalil al-Hayya, declarou: “Choramos a morte do grande chefe, o irmão e mártir Yahya Sinwar”. A situação se complica ainda mais com o apoio de aliados como Hezbollah e Irã.
O Hamas também deixou claro que não vai libertar os reféns israelenses em sua posse até que suas exigências sejam atendidas. A facção exigiu que Israel retire suas tropas da Faixa de Gaza e libere os prisioneiros palestinos.
A declaração coincide com as palavras do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, que afirmou que “a guerra não acabou ainda”.
As declarações da Casa Branca, sugerindo que a morte de Sinwar poderia facilitar um cessar-fogo, parecem ineficazes diante da escalada de hostilidades.
Yahya Sinwar, de 62 anos, foi morto em Rafah, no sul de Gaza. Ele era conhecido por seu papel como líder do Hamas e por sua habilidade em enganar as autoridades israelenses. Sinwar passou 22 anos preso antes de se tornar uma figura proeminente no movimento. Ele foi o responsável por planejar o ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou a atual guerra.
Após a morte de Sinwar, o Hezbollah também se manifestou, afirmando que isso levaria a “uma nova fase no confronto”.
O Hamas e Hezbollah
O grupo libanês tem enfrentado ataques aéreos de Israel, que eliminou muitos de seus líderes nos últimos meses. O Hezbollah relatou que já houve 55 soldados israelenses mortos na invasão ao Líbano, embora Israel não tenha divulgado um balanço oficial.
Leia mais: Líder do Hamas, Yahya Sinwar, morre em confronto em Gaza
Apesar das ameaças, tanto o Hamas quanto o Hezbollah estão enfrentando desafios internos. O Hamas, que costumava ser uma força organizada, agora luta para se reerguer como um grupo insurgente.
O Hezbollah, por sua vez, parece ter retirado parte de suas forças do sul do Líbano, mantendo apenas pequenos bolsões de resistência.
O Irã, que apoia ambos os grupos, também se pronunciou. A missão iraniana na ONU afirmou que “o espírito de resistência se fortalece” com a morte de Sinwar.
No entanto, Teerã está em uma posição vulnerável, já que seus principais aliados regionais estão sendo debilitados militarmente. Isso levanta questões sobre a eficácia da estratégia iraniana na região, construída ao longo de duas décadas.
O premiê do Líbano, Najib Mikati, criticou comentários feitos por um líder iraniano, que sugeriu negociações sobre o Hezbollah. Mikati destacou que isso seria uma interferência nos assuntos libaneses, já que o Hezbollah atua conforme as ordens de Teerã, sem controle do governo libanês.
Em Israel, especulações sobre possíveis ações contra o Irã estão em alta. O governo de Netanyahu considera diversas opções, desde ataques a instalações nucleares até ações mais contidas. Há uma preocupação crescente de que uma resposta excessiva possa desencadear um conflito mais amplo na região.
O chanceler israelense, Israel Katz, também criticou duramente o secretário-geral da ONU, António Guterres. Katz afirmou que Guterres tem uma “agenda anti-Israel e antijudia” e que ele não reconheceu a eliminação de Sinwar como um progresso.