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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Eleições 2024

Derrota de Boulos em São Paulo expõe crise no PT e falta de lideranças para 2026

Esquerda precisa correr para renovar suas lideranças e apresentar novos rostos que cativem os brasileiros ou vai acumular cada vez mais derrotas

Postado em 28 de outubro de 2024 por Bruno Goulart
Derrota de Boulos em São Paulo expõe crise no PT e falta de lideranças para 2026
Colagem jornal O Hoje

A derrota de Guilherme Boulos (PSOL), neste domingo (27/10), na disputa pela prefeitura de São Paulo marca um revés significativo para o Partido dos Trabalhadores (PT) e pode redefinir o cenário político nacional.

O PT, que investiu pesado na candidatura do psolista, teve de enfrentar o anti-petismo paulistano e viu, mais uma vez, uma tentativa frustrada de recuperar influência na maior capital do país, considerada berço histórico do partido. Desde a vitória de Fernando Haddad em 2012, o partido não consegue se firmar na cidade, e a derrota de Boulos expõe desafios futuros, uma vez que a esquerda já se vê sem uma liderança política forte a longo prazo.

Apostando em Boulos como um possível “herdeiro político”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi quem articulou essa aliança com o PSOL, acreditando no carisma do psolista para enfrentar a resistência à esquerda, em São Paulo.

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Com a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) como vice e mais de R$ 44 milhões direcionados, pelo PT, à campanha, o resultado deve ter desagradado Lula: Boulos obteve apenas 40,65% dos votos válidos contra 59,35% do prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo governador de direita, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que sai fortalecido como aspirante à presidência da república do Brasil, em 2026.

A escolha de Lula em apoiar um nome de fora do PT — uma decisão incomum para a sigla, que sempre defendeu candidatura própria — foi um movimento arriscado e que trouxe dúvidas quanto ao próprio futuro do partido. Boulos é tido como um possível sucessor de Lula.

No entanto, a derrota agora expõe a ausência de figuras carismáticas fortes dentro do partido ou mesmo em outras legendas de esquerda. Assim, nos questionamos sobre como será o futuro PT, sem a icônica figura de Lula. Mas podemos adiantar – a esquerda precisa correr para renovar suas lideranças e apresentar novos rostos que cativem os brasileiros ou vai acumular cada vez mais derrotas.

A título de curiosidade, o PT venceu apenas três eleições na história da política paulistana – com Luíza Erundina (1989 a 1983), Marta Suplicy (2001 a 2005) e Fernando Haddad (2013 a 2017). Desde então, nunca mais conseguiu eleger prefeito para a maior cidade do país. Embora Lula tenha vencido o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial de 2022, na capital, por 47,5% dos votos contra 38%, os paulistanos optaram por não repetir o voto na esquerda, neste ano.

Nos próximos dois anos, o PT terá que responder a esses desafios em um contexto de crescente polarização e ascensão da direita. São Paulo, com seu papel central no cenário político nacional, continuará sendo um campo decisivo para qualquer projeto presidencial.

Para Lula e o PT, a derrota representa a necessidade urgente de repensar suas alianças e de identificar novos caminhos para se reconectar com o eleitorado, sobretudo, em regiões mais conservadoras. Caso contrário, essa derrota histórica poderá ecoar nas eleições de 2026, com impacto direto na disputa pela liderança política nacional.

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