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segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Aquecimento Global

ONU divulga recorde de alta concentração de gases no planeta

O forçamento radiativo dos gases de efeito estufa de longa duração aumentou 51,5% de 1990 a 2023, com o dióxido de carbono representando cerca de 81% desse crescimento

Postado em 28 de outubro de 2024 por Leticia Marielle
ONU divulga recorde de alta concentração de gases no planeta. | Foto: Reprodução/Canva

Em 2023, a concentração de gases de efeito estufa atingiu um novo recorde global, conforme um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), parte da ONU. O documento, divulgado nesta segunda-feira (28), aponta que as concentrações de dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O) atingiram níveis máximos.

De acordo com a OMM, o aumento de dióxido de carbono na atmosfera está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes na história humana, com um incremento de 11,4% nos últimos 20 anos. Em 2023, a média global de CO₂ chegou a 420 partes por milhão (ppm), um aumento de 2,3 ppm em relação ao ano anterior. Isso representa um crescimento de 151% em comparação com os níveis pré-industriais, antes de 1750, e marca o 12º ano consecutivo com aumento superior a 2 ppm.

O dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa causado pelas atividades humanas, é responsável por cerca de 64% do aquecimento climático. Embora a maior parte das emissões venha da queima de combustíveis fósseis, há também variações sazonais nas emissões.

Gases de efeito estufa atingiu um novo recorde global. | Foto: Reprodução/Canva

A volta do fenômeno climático El Niño no segundo semestre do ano passado, após três anos de La Niña, contribuiu para uma maior liberação de carbono, especialmente em áreas afetadas por incêndios florestais intensos, como no Canadá e na Austrália. Ko Barrett, vice-secretária-geral da OMM, destacou que “os incêndios florestais podem liberar mais carbono, enquanto os oceanos aquecidos absorvem menos CO₂, resultando em um aumento da permanência do CO₂ na atmosfera e acelerando o aquecimento global”. Esses efeitos climáticos representam preocupações significativas para a sociedade.

O forçamento radiativo dos gases de efeito estufa de longa duração aumentou 51,5% de 1990 a 2023, com o dióxido de carbono representando cerca de 81% desse crescimento. Devido à longevidade do CO₂ na atmosfera, os níveis de temperatura já observados persistirão por décadas, mesmo que as emissões sejam drasticamente reduzidas. A OMM observou que a última vez que a Terra teve concentrações de CO₂ comparáveis foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás, quando as temperaturas eram de 2°C a 3°C mais altas e o nível do mar estava de 10 a 20 metros acima do atual.

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