Pedro Miranda quer piso salarial para advocacia goiana
Durante sabatina do O HOJE, candidato também prometeu implantar mecanismos que garantam mais transparência às movimentações financeiras da OAB-GO
O candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), Pedro Miranda, esteve na sede do jornal O Hoje na última quinta-feira, 31, onde conversou com os jornalistas do grupo a respeito dos planos e movimentos na disputa pela cadeira mais cobiçada da Ordem.
Durante o bate-papo, o representante da chapa 3 criticou a atual gestão que, segundo ele, não tem trabalhado para garantir uma condição digna àqueles que exercem a advocacia. “Boa parte dos colegas não têm a advocacia como primeira fonte de renda justamente porque a Ordem não dá condições para que essa advocacia sobreviva. Então há um anseio da advocacia por uma inovação real, por uma inovação nos quadros de gestão”, disse.
Outro detalhe, segundo ele, é que a advocacia anseia participar ativamente da gestão. “Isso nos leva a conduzir o processo político de maneira absolutamente inovadora e moderna. Nos apresentamos com a maioria de mulheres em cargos de diretoria, com nomes novos e com condições de oxigenar a OAB Goiás”.
De acordo com o candidato, hoje a gestão acontece da “porta para dentro”. “Não sabemos das decisões que são tomadas. Queremos uma gestão participativa, motivo pelo qual queremos conduzir esse processo de inovação e virada de página na história da Ordem”. No quesito transparência, o candidato ressalta que esse é um assunto diretamente relacionado ao pagamento da mensalidade. Vale lembrar que a inadimplência da Ordem, hoje, é de aproximadamente 40%.
“Por que os advogados não pagam suas respectivas mensalidades? Muitos vão dizer que é porque é cara. O que, de fato, é. Temos a segunda mais cara do País. Mas tem um outro fator. Se você paga e não sabe o que você tem em troca, você paga desestimulado. Nós não temos sequer um portal da transparência que conte o que é feito com o dinheiro do advogado. Eu desafio quem quer que seja a entrar no site da OAB e ver se encontra algo verdadeiramente transparente. Vocês não vão achar essa transparência.”
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E continuou: “Pensando nisso, vamos implantar, logo nos primeiros seis meses, uma equipe técnica que possa informar à advocacia e dar a oportunidade de acompanhar o orçamento, a destinação dos recursos, as alocações e outros gastos. Daremos a oportunidade da advocacia participar e acompanhar as decisões. Todos vão saber o que será feito com o dinheiro. Faremos tudo isso em tempo real. Temos ciência de como resolver esse problema que, automaticamente, resolverá tantos outros”.
Se terminar a corrida eleito, o candidato garante que seu compromisso número um será buscar uma reunião com o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto, para discutir a fixação de um piso salarial para a categoria no Estado.
“É uma questão necessária e urgente para a advocacia. É algo que não pode ser deixado para amanhã. Não temos que nos preocupar em fazer marketing com isso. O atual presidente teve o tempo necessário para fazer isso e não fez. Queremos viabilizar um projeto de lei que seja aprovado na Casa e levado ao Governo de Goiás. Existem instrumentos constitucionais e legais para que a Ordem faça o enfrentamento, mas hoje, infelizmente, se dependermos do atual presidente, que já descumpriu o compromisso de não se candidatar à reeleição, não teremos resultado.”