Mulher suspeita de racismo contra técnico de futebol infantil é solta pela Justiça
O advogado da suspeita argumentando que a mulher teve um momento de irritação
A psicóloga presa em flagrante sob suspeita de racismo, após chamar um técnico de futebol infantil de “macaco”, foi solta pela Justiça após a audiência de custódia. O juiz responsável pela decisão concluiu que a profissional não representa risco à ordem pública e que é primária, ou seja, não possui antecedentes criminais.
Na sentença, o juiz afirmou: “Entendo desnecessária a manutenção da prisão da conduzida, pois, ao que tudo indica, não oferece riscos à ordem pública, tampouco há elementos que indiquem que irá se evadir do distrito da culpa ou que prejudicará a instrução criminal. Além disso, a custodiada possui residência fixa”.
O advogado da suspeita contestou a prisão, argumentando que a mulher teve um momento de irritação e que suas palavras foram mal interpretadas.
Em um vídeo gravado por testemunhas, a psicóloga tenta justificar suas palavras, afirmando que os jogadores estavam na sua frente e que o técnico se movimentava de forma que a fez associá-lo a um “macaco”. “Estavam três jogadores, três meninos, do time deles. E os técnicos ficam gesticulando, né? E eu falei assim: ‘ah, porque, ah lá, óh, eles ficam parecendo macaco’. Aí ele achou que eu falei contra a pessoa dele, contra a pele dele”, explicou.
Entenda o caso
Na manhã deste sábado (2), uma psicóloga foi presa em flagrante pela Polícia Civil por suspeita de racismo durante um campeonato de futebol infantil no Residencial San Marino, em Goiânia.
Segundo a polícia, a mulher, mãe de um dos participantes do torneio, ofendeu o técnico de um dos times ao chamá-lo de “macaco” e imitar gestos de primatas. Após a ofensa, a vítima acionou a Polícia Militar, mas a suspeita deixou o local antes da chegada das autoridades. Em seguida, os agentes foram até a casa da mulher, a prendendo em flagrante. O marido da psicóloga, um médico, defendeu a esposa, afirmando que ela foi alvo de perseguição e inveja por sua beleza. A identidade da mulher não foi divulgada.
É importante lembrar que, em 2023, uma nova lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a classificar a injúria racial como racismo, aumentando a pena de um a três anos para de ois a cinco anos de reclusão.