Eleições nos EUA: estados cruciais, favoritos e como acompanhar a apuração dos votos
Eleitores vão escolher presidente e renovar cadeiras do Congresso nos EUA
Milhões de eleitores vão às urnas nesta terça-feira (5) para escolher o próximo presidente dos Estados Unidos. A disputa é intensa e tem atraído atenção nacional. Os candidatos são a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. As pesquisas de intenção de voto mostram um cenário de virtual empate. Ambos focam em sete estados, que são considerados cruciais na corrida à Casa Branca.
A Pensilvânia é o estado com maior potencial de influenciar a eleição. Condados como o de Door, em Wisconsin, outro estado sem candidato favorito, ganham destaque. Door tem 30 mil habitantes. Nas últimas sete eleições, o candidato mais votado nesse condado acabou sendo eleito.
Mais de 244 milhões de americanos estão aptos a votar. Nas últimas semanas, mais de 57 milhões já votaram antecipadamente, seja pelo correio ou presencialmente, de acordo com a agência Associated Press (AP). As eleições nos EUA são indiretas, realizadas por meio do colégio eleitoral. Isso significa que o candidato mais votado nem sempre será o eleito.
Além da corrida presidencial, também ocorrerão eleições para a Câmara dos Deputados e o Senado. A Câmara dos Representantes, atualmente presidida pelo deputado republicano Mike Johnson, é dominada pelo Partido Republicano por uma pequena margem. A renovação das 435 cadeiras oferece a possibilidade de os republicanos aumentarem sua vantagem ou para os democratas recuperarem poder.
No Senado, estão em disputa 34 vagas, pouco mais de um terço dos assentos. O desafio para os democratas é manter a maioria, que atualmente depende do apoio de candidatos independentes.
O horário de votação varia em cada um dos 50 estados. Cada estado tem suas próprias regras eleitorais. O país possui quatro fusos horários, o que torna a votação mais complexa. A contagem de votos começa horas após o fechamento das urnas. Historicamente, é possível conhecer o presidente eleito antes da contabilização de todos os votos.
Especialistas não esperam resultados na noite da eleição, especialmente em estados decisivos. Em 2020, a eleição foi em 3 de novembro. Apenas no dia 7, as projeções apontaram o democrata Joe Biden como vencedor. A agilidade da apuração depende do início da contagem em cada estado. Muitos eleitores votam antecipadamente ou pelo correio. Por isso, alguns estados se preparam para a contagem das cédulas.
Na Pensilvânia e em Wisconsin, a contagem dos votos começará apenas nesta terça. Na última eleição, a apuração demorou dias, principalmente devido ao voto pelo correio.
Nos EUA, não existe um órgão que centralize a apuração, como ocorre no Brasil com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Assim, o papel da imprensa é fundamental. A Associated Press, com 178 anos de história, é uma das fontes mais confiáveis na contagem dos votos. A agência conta com cerca de 4.000 repórteres espalhados pelos distritos eleitorais do país.
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As informações coletadas são padronizadas e analisadas com base em diversos fatores. Isso permite que a agência anuncie o vencedor com segurança. O candidato que receber mais votos em um estado leva todos os delegados do Colégio Eleitoral daquela área, mesmo que a diferença seja de apenas um voto. O candidato que vencer nos estados com maior número de delegados tem vantagem.
Na maioria dos 50 estados, a preferência do eleitorado é conhecida e se repete a cada eleição. Sete estados têm resultados incertos e devem ser observados: Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Carolina do Norte, Geórgia, Nevada e Arizona. As pesquisas mostram Kamala Harris e Donald Trump em empate nos estados decisivos.
O Colégio Eleitoral tem 538 delegados. Para ser eleito, o candidato precisa de pelo menos 270 votos. Os primeiros a votar serão três condados de New Hampshire, conhecidos pelo “voto da meia-noite” (2h no horário de Brasília). Após isso, cada estado seguirá com seu processo de votação ao longo das próximas 24 horas.
As urnas fecharão por último no Alasca e no Oregon, quando forem 2h de quarta-feira (6) no horário de Brasília.