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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
MUNDO

Túmulo pré-histórico de carvalho é descoberto por acaso na Europa

Descoberta única revela estrutura de madeira preservada sob condições raras, trazendo novas pistas sobre os antigos povos celtas

Postado em 14 de novembro de 2024 por Thais Aires
Imagem meramente ilustrativa/Criada com IA

Arqueólogos realizaram uma descoberta surpreendente perto de Riedlingen, na Alemanha, onde encontraram um túmulo funerário pré-histórico que permaneceu preservado por cerca de 2.600 anos. A estrutura, feita de madeira, foi encontrada durante escavações rotineiras e está em excelente estado de conservação, um feito raro para construções de madeira dessa idade. A revelação foi feita pelo Escritório Estadual de Patrimônio Cultural de Baden-Württemberg em comunicado à imprensa, destacando a importância desse achado para a arqueologia.

A câmara está localizada no centro de uma grande construção circular, com mais de 64 metros de diâmetro e cerca de 1,80 metros de altura, uma dimensão que indica a relevância desse túmulo. Segundo Andrea Lindlohr, do Ministério de Desenvolvimento Regional e Habitação de Baden-Württemberg, o túmulo representa “um testemunho extraordinário” da paisagem de monumentos da região, reafirmando a importância dos povos antigos que habitaram o sudoeste da Alemanha.

A cultura celta e seus túmulos principescos

A estrutura descoberta faz parte dos chamados “túmulos principescos”, construídos entre 620 a.C. e 450 a.C. pelos celtas, que habitavam a região onde hoje é o sudoeste alemão. Esses túmulos eram geralmente reservados para figuras de alto status, e o tamanho e a localização do túmulo próximo a Riedlingen reforçam essa teoria. No interior da câmara, os arqueólogos encontraram madeiras de carvalho inteiramente preservadas, formando paredes, teto e piso da grande câmara funerária, que estava apenas alguns metros abaixo da superfície.

A descoberta é especialmente rara por se tratar de uma estrutura de madeira, um material que, geralmente, não sobrevive por tanto tempo após ser enterrado. Em condições normais, a madeira tende a se deteriorar após algumas décadas. No entanto, especialistas acreditam que a câmara funerária conseguiu se manter preservada por milhares de anos devido ao baixo nível de oxigênio na área, o que reduziu a decomposição da madeira.

Reconstrução gráfica do túmulo com a localização da câmara mostrada. Imagem: State Office for Monument Preservation in the Stuttgart Regional Council/Faber Courtial/Olhar Digital

 

Durante o período celta, a madeira era um dos principais materiais de construção, mas encontrar restos preservados é algo extremamente raro. Além da câmara funerária, os pesquisadores encontraram um artefato de madeira em formato de clava, possivelmente deixado pelos próprios construtores celtas após a conclusão da tumba. Esse artefato foi datado como sendo de um carvalho derrubado em 585 a.C., o que oferece uma pista valiosa sobre a época em que a câmara funerária foi construída.

O baixo teor de oxigênio no local é apontado pelos especialistas como o fator crucial que permitiu a preservação da estrutura, já que a falta de ar impede a proliferação de organismos decompositores. Com essa descoberta, os arqueólogos esperam obter novas informações sobre as práticas e materiais utilizados pelos celtas na construção de seus monumentos funerários.

Investigações futuras e mistérios a serem desvendados

Nas próximas semanas, os arqueólogos continuarão as escavações no local para buscar mais detalhes sobre o túmulo e os costumes dos antigos habitantes da região. Segundo o Escritório Estadual de Patrimônio Cultural de Baden-Württemberg, ainda há muito a ser descoberto, incluindo a identidade do possível ocupante da câmara, que pode ter sido uma figura importante na sociedade celta da época. Análises mais aprofundadas da madeira e do local também poderão fornecer informações sobre o modo de vida dos celtas e as práticas rituais que envolviam esses túmulos principescos.

As pesquisas no túmulo de Riedlingen têm potencial para enriquecer o conhecimento sobre o período celta e os materiais que usavam, como a madeira de carvalho, e a descoberta desse túmulo preservado abre portas para novas interpretações sobre a vida, a morte e as tradições dos povos que habitaram a Europa há milhares de anos.

Foto da câmara funerária de madeira exposta descoberta perto da cidade de Riedlingen, Alemanha. Imagem: Jörn Heimann/Escritório Estadual de Preservação de Monumentos no Conselho Regional de Stuttgart/Olhar Digital

Uma descoberta única para a ciência

O Escritório Estadual de Patrimônio Cultural de Baden-Württemberg afirmou que essa descoberta é “única e de grande importância científica”, especialmente considerando o excelente estado de preservação da madeira. As condições raras que impediram a decomposição da estrutura ao longo dos séculos tornam o túmulo uma fonte valiosa de informações.

 

 

 

 

 

 

*texto com informações portal Olhar Digital

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