Consciência negra: prefeito transfere feriado para véspera de Natal e é acusado de racismo
Decisão de prefeito do RS gera polêmica por desrespeitar a importância da data
O prefeito Claiton Ilha (MDB), de Dilermando de Aguiar (RS), decidiu transferir o feriado do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, para 23 de dezembro. Ele justificou a medida como forma de estender o recesso de fim de ano para os servidores municipais.
A decisão recebeu críticas de movimentos sociais, educadores e autoridades. O Ministério Público (MP) considerou a mudança ilegal por desrespeitar a legislação federal. O promotor Joel Oliveira Dutra notificou a prefeitura e solicitou a revogação da medida. A Defensoria Pública também condenou a decisão, afirmando que ela desvaloriza a diversidade étnico-racial e o combate ao racismo.
Professores da rede municipal se posicionaram contra a alteração. A professora Luana Pinheiro destacou o impacto na educação, afirmando que a mudança compromete a mensagem passada aos alunos sobre a importância da data.
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Em entrevista à RBS TV, o prefeito defendeu sua escolha e negou a existência de racismo no município. Ele declarou: “Aqui não temos crimes raciais. Temos muitos pobres, e é para eles que devemos trabalhar, independentemente da cor.”
Apesar das críticas, a prefeitura divulgou nota reafirmando a transferência do feriado. No texto, ressaltou que “força, luta e trabalho são os caminhos para alcançar igualdade e respeito”.
O Dia da Consciência Negra foi instituído como feriado nacional em 2023. A data homenageia Zumbi dos Palmares, líder símbolo da resistência negra. Antes da instituição, sua celebração dependia de legislações locais.