Vilela recebe relatório com diagnóstico dos desafios de Aparecida
Município, classificado como “em desenvolvimento”, registra notas baixas em pelo menos quatro dos seis indicadores do Instituto Aquila
A um mês de assumir a Prefeitura de Aparecida de Goiânia, Leandro Vilela (MDB) já conta com um levantamento detalhado sobre seis indicadores do município, incluindo saúde, educação e desenvolvimento socioeconômico, o que deve lhe oferecer uma visão mais ampla sobre os reais problemas da cidade.
Os dados, elaborados pelo Instituto Aquila e divulgados nesta terça-feira (26), fazem parte do Índice de Gestão Municipal Aquila (IGMA), que avalia cidades de todo o Brasil. A plataforma traz informações estratégicas para o município, voltadas para qualidade de vida e qualificação da gestão.
Com nota geral de 58,66 em 2023, Aparecida ocupa a 1.693ª posição entre os 5.568 municípios brasileiros e o 52º lugar em Goiás, indicando um desempenho medíocre da cidade – o IGMA classifica Aparecida como cidade “em desenvolvimento”.
Saúde e Educação
Não é novidade para ninguém que Vilela tem colocado a saúde e educação como prioridade no início de seu governo – e com razão. De acordo com o Instituto Aquila, a nota em Educação do município, que já não era boa, caiu de 51,46 em 2022 para 48,02 em 2023, colocando Aparecida na 3.605ª posição nacional.
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Isso são apenas dados concretos sobre problemas já conhecidos: cerca de 5 mil alunos do ensino fundamental enfrentam risco de ficar sem vagas escolares, enquanto o déficit nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) ultrapassa 10 mil vagas, segundo o prefeito eleito.
Na Saúde, o cenário é ainda mais alarmante. Mesmo com um pequeno avanço de 42,58 para 44,32, entre 2022 e 2023, a cidade ocupa o 4.415º lugar no ranking nacional e o 198º no estadual. A Secretaria Municipal de Saúde tem tido dificuldades para manter-se em dia com a rede conveniada.
O atraso de mais de R$ 30 milhões nos repasses ao Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP) é apenas um deles. Apenas para comparar, Goiânia, que também enfrenta uma crise na área ainda mais grave, apresenta nota superior, com 48,71.
Governança e Transparência
Governança, Eficiência Fiscal e Transparência são outras áreas em que Aparecida precisa melhorar. Apesar de uma ligeira recuperação de 54,26 em 2022 para 54,94 em 2023, o desempenho está muito aquém da nota de 67,70 registrada em 2020. Vilela terá como desafio fortalecer a administração e aprimorar a transparência no uso dos recursos públicos.
Infraestrutura e Sustentabilidade
Por outro lado, os dados também revelam áreas que tiveram bom desempenho e que precisam ser reconhecidas. Infraestrutura e Mobilidade Urbana, por exemplo, é a melhor nota registrada pelo município no IGMA – 75,76 e 20ª posição no ranking estadual. A Sustentabilidade também aparece como um ponto forte, com nota de 74,84 e 6º lugar entre as cidades goianas.
Desenvolvimento Socioeconômico
O Desenvolvimento Socioeconômico e a Ordem Pública apresentaram melhora, com a nota subindo para 54,08, mas a posição 2.594 evidencia que ainda há muito a ser feito. Em Goiás, a cidade da região metropolitana aparece em 140º lugar.
Vilela vai a Brasília em busca de recursos
Nesta quarta-feira (27), Vilela esteve em Brasília para buscar recursos e financiamentos para Aparecida. Durante o dia na capital federal, o prefeito eleito visitou o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), dos Brics, e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).
No NDB, Vilela tratou da continuidade de um financiamento de 120 milhões de dólares para obras de infraestrutura, educação e meio ambiente. Aprovado pela Comissão de Financiamento Externo (Cofiex) em 2021, o contrato teve o prazo de assinatura prorrogado até julho de 2025 graças à articulação da equipe de transição e da atual gestão. Ele foi recebido pelo diretor geral do banco no Brasil, Marcos Thadeu Abicalil.
Na CAF, o prefeito eleito garantiu a execução do saldo de 12 milhões de dólares de um financiamento de 35 milhões, destinado a obras viárias, pontes e bueiros.