O arroz é um alimento bastante apreciado no Brasil e quem o classifica como um alimento comum, está enganado. O grão versátil, que foi adotado na dieta básica dos brasileiros, virou até tradição de boa sorte em casamento.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), a procedência do grão é desconhecida e envolve diversas teorias. A mais popular sugere que seu cultivo já ocorria no Sudeste da Ásia por volta de 3000 a.C. 

No Brasil, os portugueses optaram por áreas no Maranhão, Pernambuco, Pará e Bahia para o plantio a partir de 1745. O cultivo em outras localidades começou somente quando o cereal passou a fazer parte da dieta das tropas.

Por seu grande consumo, muitos apaixonados por arroz ainda se perguntam se é necessário lavá-lo antes do preparo. Embora seja bastante versátil e possa ser feito de várias maneiras, ainda existe dúvida entre os consumidores sobre a necessidade de lavar os grãos antes do cozimento. 

O chef Pedro Ernesto desmistifica essa ideia. Segundo ele, o arroz vem “pronto para o preparo”, apresentando apenas resíduos de amido, ao lavar o arroz, pode causar a perda de alguns nutrientes, além de retirar todo o amido que tem em volta dele, o que resulta em um aspecto mais “papadinho”.

“Antigamente a gente tinha que catar o arroz, tinha sujeira, então se lavasse, era para tirar as impurezas que tinha. Hoje em dia é tudo automatizado. Eles fazem o polimento do arroz, ele já vai ser sanitizado, e aí ele já vai para a cozinha e é só colocar na panela e cozinhar”, explica.

Se a sua intenção ao lavar o arroz é obter grãos soltos após o cozimento, o chef ressalta que o mais importante é respeitar a proporção adequada de água e refogar bem os grãos.

É necessário lavar o arroz para eliminar o arsênico?

No início deste ano, circularam nas redes sociais afirmações sobre a contaminação do arroz por arsênico, mas será que isso é realmente verdade? Há quem defenda que é essencial lavar o arroz antes de cozinhá-lo para remover vestígios desse metal, conhecido por ser tóxico e potencialmente cancerígeno.

Por outro lado, pesquisas realizadas pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, com 193 amostras de grãos brasileiros, mostraram que os produtos analisados apresentaram níveis de arsênico muito abaixo do limite permitido: 0,3 mcg por quilo, bem inferior ao teto estabelecido pela Anvisa e demais agências internacionais, que é de 10 mcg por quilo.

Tanto pesquisadores da USP quanto a Anvisa já determinaram que o arroz produzido no Brasil é seguro para o consumo. Pedro destaca que a água da torneira por ser encanada, não tem tratamento puro. “O lavar não quer dizer que tá limpo, o sanitizar sim”, finaliza.