Família contesta acusação de pastor contra motoboy atropelado no Rio
A família do motoboy nega a versão apresentada pelo pastor
Marcos Matheus dos Santos Chaves está preso preventivamente. O pastor Leonardo Sale o acusa de tentativa de assalto na Barra da Tijuca. O caso ocorreu na última quarta-feira.
Segundo Sale, ao reagir, ele acelerou e atropelou Marcos, que estava de moto. A moto pegou fogo após o acidente. Marcos ficou preso sob a picape do pastor.
A família do motoboy nega a versão apresentada pelo pastor. Eles afirmam que Marcos é vítima no caso. A advogada da família já foi contratada para cuidar da defesa.
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Marcos, de 24 anos, havia se mudado para Jacarepaguá. A decisão foi tomada por medo da violência em Rio das Pedras, onde morava antes. Ele estava desempregado e fazia bicos em quiosques e como motoboy.
A mãe de Marcos pediu que ele mudasse para a Freguesia. Ela temia os riscos do trabalho noturno na região onde viviam. Lá, confrontos entre facções são frequentes.
— Ele se mudou para ficar mais seguro. A violência em Rio das Pedras é preocupante. Trabalhava de moto e fazia entregas. À noite, tudo fica mais perigoso. E agora acontece isso — diz a irmã Thalita dos Santos.
Marcos tinha terminado de pagar a moto recentemente. O veículo era usado no trabalho.
— Foi um esforço grande para ele conseguir essa moto. Agora ela não existe mais. A gente luta tanto para conquistar algo, e isso acontece. Mas o importante é que ele está vivo. Vamos lutar pela defesa dele — afirma Thalita.
O caso ganhou repercussão após o relato do pastor nas redes sociais. O episódio gerou debates sobre segurança, justiça e as circunstâncias do atropelamento.