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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
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Irregularidade

Morte após procedimento estético revela irregularidades na clínica de Goiânia

Mulher sofre choque anafilático durante aplicação irregular e morre em Goiânia

Postado em 4 de dezembro de 2024 por Micael Silva
Morte após procedimento estético revela irregularidades Foto: Divulgação
Morte após procedimento estético revela irregularidades Foto: Divulgação

A servidora pública Danielle Mendes Xavier de Brito, de 44 anos, morreu após um procedimento estético em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, a substância usada na aplicação não possuía registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O caso aconteceu em uma clínica no Parque Lozandes. A vítima sofreu uma reação alérgica grave após a aplicação da enzima hialuronidase, que evoluiu para parada cardiorrespiratória.

De acordo com a delegada Débora Melo, responsável pela investigação, a substância foi utilizada para remover preenchimentos faciais anteriores. “O produto era manipulado, o que vai contra as determinações da Anvisa”, afirmou.

A aplicação ocorreu no sábado (30), e Danielle morreu no domingo (1º), no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). A vítima teria ido à clínica pela primeira vez para uma avaliação, mas foi convencida a realizar o procedimento no mesmo dia.

Após a reação alérgica, funcionários tentaram prestar primeiros socorros. A delegada relatou que a equipe realizou uma traqueostomia improvisada, mas a clínica não dispunha de estrutura para emergências.

Leia mais: Mulher morre após procedimento estético em clínica de Goiânia; polícia investiga

A unidade não tinha desfibrilador nem medicamentos básicos, como epinefrina, necessários para tratar choques anafiláticos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e encaminhou a paciente ao hospital, onde o quadro se agravou.

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) constatou várias irregularidades na clínica. Durante a vistoria, medicamentos vencidos, materiais cirúrgicos não esterilizados e produtos sem registro foram encontrados.

A delegada Débora Melo apontou a ausência de higiene e condições sanitárias adequadas. Os itens encontrados expunham clientes a riscos graves, de acordo com as investigações.A proprietária da clínica, Quésia Rodrigues Biangulo Lima, foi presa. Ela responderá por crimes como execução de serviço de alta periculosidade, exercício ilegal da medicina e oferta de produtos impróprios ao consumo.

Um segundo inquérito foi aberto para apurar a responsabilidade dela na morte de Danielle. O caso foi registrado inicialmente como homicídio culposo, sem intenção de matar.

Posicionamento da defesa

Em nota, a defesa da biomédica afirmou que Quésia possui formação em Biomedicina e Enfermagem, habilitando-a a realizar os procedimentos. A clínica teria autorização de funcionamento e alvará sanitário.

Os advogados declararam que os medicamentos utilizados são adquiridos legalmente e que a cliente recebeu todo o suporte necessário. A defesa também criticou o que chamou de “distorção das informações” sobre o caso.

Conselho Regional de Biomedicina

“O Conselho Regional de Biomedicina — 3ª Região (CRBM-3) informa que tomou conhecimento do caso pela imprensa e apura as circunstâncias. Os procedimentos cabíveis serão tratados conforme as Resoluções e o Código de Ética do Profissional Biomédico.
A referida profissional biomédica tem habilitação em Biomedicina Estética e está devidamente regulamentada no Conselho. O CRBM-3 lamenta o ocorrido e manifesta sua solidariedade à família da vítima”

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