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sábado, 11 de janeiro de 2025
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Violência Policial

PM que matou jovem negro em mercado foi reprovado em exame psicológico

PM responde processo por abuso de autoridade

Postado em 4 de dezembro de 2024 por Otavio Augusto
PM que matou jovem negro. Foto: Divulgação

O PM Vinicius de Lima Britto, acusado de matar Gabriel Renan da Silva Soares, de 20 anos, no estacionamento de um mercado na zona sul de São Paulo, foi reprovado no exame psicológico para ingressar na Polícia Militar de São Paulo. Segundo o laudo da banca examinadora, Vinicius apresentou descontrole emocional, impulsividade e falta de capacidade crítica durante o processo seletivo.

PM que matou jovem negro

O episódio aconteceu no dia 3 de novembro deste ano. Gabriel havia furtado três embalagens de sabão no mercado Oxxo, na Avenida Cupecê. Após sair correndo, ele tropeçou e foi atingido por 11 disparos efetuados pelo policial, que estava de folga. No boletim de ocorrência, Vinicius alegou legítima defesa, afirmando que Gabriel teria mencionado estar armado. No entanto, a revista ao corpo da vítima não encontrou arma alguma.

Imagens das câmeras de segurança do mercado, divulgadas em 2 de dezembro pela família da vítima, contradizem a versão apresentada pelo PM. O vídeo mostra Gabriel de costas para o policial no momento em que foi atingido pelos disparos, sem apresentar resistência ou qualquer gesto que indicasse ameaça. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que Vinicius foi afastado de suas funções.

Histórico de eliminação no concurso

Vinicius de Lima Britto foi eliminado no exame psicológico do concurso para soldado da PM realizado em 2021. O edital do certame previa que os candidatos deveriam demonstrar equilíbrio emocional, capacidade de liderança e boa relação interpessoal. O então candidato foi considerado inapto por não atender a esses critérios.

O laudo psicológico indicou que Vinicius apresentava “instabilidade nos contratos sociais”, tendência à desconfiança excessiva e baixa resiliência. A avaliação também destacou traços de impulsividade e propensão a condutas instáveis. Além disso, a banca examinadora considerou que o candidato tinha pouca capacidade de adaptação a situações adversas.

Após a eliminação no concurso, Vinicius ingressou com uma ação judicial em setembro de 2021 pedindo a anulação do resultado do exame psicológico. A defesa argumentou que o teste era subjetivo e que o candidato deveria ser submetido a uma nova avaliação, desta vez por um perito judicial. O pedido foi negado pela juíza Lais Helena Bresser Lang, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, que considerou o exame válido e fundamentado.

A magistrada destacou que conceder uma nova avaliação ao candidato violaria o princípio da isonomia em relação aos demais concorrentes. A decisão foi mantida pela 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) em agosto de 2023, e o processo foi arquivado definitivamente.

Processo por abuso de autoridade

Além do afastamento, Vinicius responde a um processo por abuso de autoridade no Tribunal de Justiça Militar (TJM) de São Paulo. A ação, iniciada em outubro de 2024, tramita em segredo de Justiça. O desfecho desse processo ainda não foi divulgado.

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