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quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
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"briga de gigantes"

A briga silenciosa entre o Governo Lula e mercado financeiro

Ministros vão em defesa de Lula e afirmam que gerentes e economistas são contra o governo

Postado em 9 de dezembro de 2024 por João Reynol
Ministros, como a Simone Tabet, vão em defesa das propostas de Haddad e Lula. | Foto: Fabio Pozzebom/Agência Brasil

Nos últimos dias, uma rixa a nível nacional e internacional chegou ao ponto de ebulição entre o mercado financeiro, liderado principalmente por grandes instituições bancárias, contra o governo federal sob a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A razão disso foram as recentes mudanças propostas pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, dentro da Reforma Tributária, que visa aumentar impostos sobre certos commodities como minérios e do agro. A reforma, que já foi aprovada pela Câmara, agora segue para a próxima fase da aprovação da regulamentação no Senado. 

 Além disso, a proposta do pacote de corte de gastos que também ganhou força nesta última semana visa fazer um pente fino em programas federais e aumentar a fiscalização de incentivos como o Bolsa Família. Contudo, a proposta que mais desagradou a classe foi o aumento de impostos para contribuintes que ganham mais de R$ 50 mil mensalmente. Além disso, está proposto que o imposto possa incidir sobre dividendos e capital investidos como dividendos, poupanças, LCI (Letras de Crédito Imobiliário); LCA (Letras de Crédito do Agronegócio); CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio); CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários). 

Um dos principais pontos dessa briga foi o aumento do dólar ao valor histórico de R$ 6, no último dia 28 e fechou acima deste valor por três dias seguidos e continua em alta com a cotação atual de R$ 6,7. Outro ponto que também destaca essa rixa que ocorre nos bastidores foi a publicação da pesquisa Quaest sobre a avaliação do mercado ante o governo que apontou um descontentamento com a atual gestão petista. De acordo com a instituição, ao menos 90% das mais de 105 pessoas entrevistadas do ramo avaliam a atual gestão do petista como negativa. Enquanto isso, a última edição da pesquisa publicada em março de 2024 apontava uma reprovação de apenas 26%.

Ministros ao apoio de Lula

Por causa disso, o ministro da Casa Civil, Rui Costa afirmou que a moeda nacional sofre “ataques especulativos” durante o Conselho Consultivo do Sistema Brasileiro de Inteligência. Segundo Costa, há uma desconexão entre o mercado financeiro e a realidade brasileira. Como afirma, a economia do país cresce enquanto indicadores de pobreza e desemprego atingem os menores patamares históricos. “Crescemos 3,3%. Esses mesmos pessimistas diziam que o Brasil ia crescer 1,5% [em 2024], mas o Brasil vai fechar o ano crescendo 3,5%.”

Já a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, também desferiu críticas ao mercado financeiro ao dizer que estes ataques são mirados contra a nação. “Eu não posso acreditar que, com um governo tão bem avaliado como este, o tal do mercado o avalie em 90% como ruim. Isso não é imparcialidade. É jogar contra o país. E quem joga contra o país quer ajudar a afundar o país”, relata.

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Por outro lado, economistas divergem afirmando que muito do apontado não está relacionado com o crescimento da economia articulada pelo governo. De acordo com a economista formada pela Universidade Paulista (USP), Olívia Carneiro, muitas das conquistas da atual gestão, como a diminuição da pobreza e extrema pobreza apontada pelo IBGE, vem de programas federais do governo. Ainda segundo ela, o mercado não analisa fatores do que chama a microeconomia, que parte das políticas públicas, e sim com os indicadores macroeconômicos o Produto Interno Bruto (PIB), taxa de desemprego, inflação e a dívida pública.  “O país pode ter uma dívida pública enorme e não ter ninguém na pobreza, o País pode ter uma inflação galopante e não ter pobre. As coisas não estão diretamente relacionadas”.

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