Força-tarefa da polícia apreende meio milhão de rebites e bens que chegam a R$ 320 milhões
Foram apreendias 53 armas, R$ 278.578 em espécie, 52 mil dólares em 4 estados
O balanço da Operação Ephedra, realizado na tarde desta terça-feira (10), revelou números expressivos no combate à organização criminosa investigada por produção, distribuição e comercialização de anfetaminas, conhecidas como “rebites”. A ação conjunta do Ministério Público de Goiás (MPGO) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 547.140 comprimidos e sequestrou bens avaliados em R$ 320 milhões, incluindo imóveis, veículos, valores em contas bancárias e ativos virtuais.
Organização criminosa de rebites
Entre os materiais apreendidos, foram encontrados 53 armas, 15 carregadores e 8.768 munições. Também foram recolhidos 214 quilos de matéria-prima utilizada na fabricação das drogas, além de R$ 278.578 em espécie, 52 mil dólares, 14 mil pesos argentinos, 184 mil guaranis e cerca de 310 mil pesos mexicanos. Em euros, o valor somou 2.425.
A operação resultou no cumprimento de 24 mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e 60 de busca e apreensão. Foram identificados três locais usados para a produção e armazenamento dos entorpecentes. Segundo a PRF, o volume de comprimidos apreendidos é significativo, considerando que, entre 2023 e 2024, cerca de 370 mil unidades haviam sido confiscadas em todo o Brasil.
Mandados em quatro estados
Os mandados foram cumpridos em Goiás, Tocantins, Bahia e São Paulo. As cidades envolvidas incluem Goiânia, Trindade, Goianira, Anápolis, Ceres, Rialma, Porangatu, Campinorte e Mara Rosa, todas em Goiás. No Tocantins, a ação ocorreu em Talismã. Na Bahia, em Luís Eduardo Magalhães. Em São Paulo, na cidade de Salto.
Um dos suspeitos, já detido na Unidade Prisional Regional de Nova Crixás (GO), também foi alvo de mandado de prisão.
Investigação
A investigação revelou que a organização criminosa movimentava centenas de milhões de reais com a fabricação e distribuição em larga escala dos “rebites”. O grupo possuía uma estrutura organizada, com integrantes que financiavam a produção e gerenciavam uma rede de distribuição para diversas regiões do país. Empresas em nomes dos envolvidos, atuantes em áreas como transporte, imobiliária e alimentação, eram utilizadas para ocultar a origem ilícita dos recursos.
A operação também visa desarticular financeiramente os envolvidos, por meio do sequestro de bens e valores. As investigações seguem com a análise do material apreendido e depoimentos dos detidos, com o objetivo de oferecer denúncias à Justiça.
O promotor Paulo Parizotto, do Gaeco, destacou que os trabalhos continuam para apurar possíveis novos crimes e ramificações da organização. Além do tráfico de drogas, são investigados os crimes de lavagem de dinheiro, financiamento do tráfico e aquisição de equipamentos destinados à fabricação das substâncias.