Imunização infantil em Goiás supera metas em 2024
Goiás têm dois imunizantes infantis que superaram a meta de cobertura para 2024
Nos últimos anos, a vacinação infantil em Goiás tem mostrado avanços significativos, com melhorias consistentes nas taxas de cobertura vacinal. Dados preliminares da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) apontam que, em 2024, algumas vacinas atingiram ou superaram as metas dadas pelo Ministério da Saúde. Entre os destaques estão a vacina contra meningite C, que alcançou uma cobertura de 99,11%, superando a meta de 95%, e a vacina BCG, que ultrapassou a meta de 90%, com 91,73% de cobertura.
A reportagem do Jornal O HOJE teve acesso com exclusividade ao quadro de evolução das coberturas vacinais em Goiás. Em 2023, a cobertura da vacina BCG era de 74,18%, subindo para 77,04% em 2024. O imunizante contra rotavírus passou de 81,37% para 85,17%, enquanto a meningocócica C deu um salto expressivo de 81,15% para 99,11%.
Outros avanços de vacinação que apresentaram melhoria de adesão infantil, incluem a pentavalente (de 79,11% para 81,02%), com a já erradicada febre amarela subiu de de 67,07% para 72,73% e a tríplice viral que previne caxumba , sarampo e rubéola que apresentou um aumento em mais de 2%.
Esses avanços refletem uma combinação de esforços locais e estaduais, incluindo campanhas de conscientização e maior acessibilidade aos postos de vacinação.
Desde dezembro de 2022, o Governo de Goiás implementou a ferramenta Imuniza Goiás, um sistema inovador que já alcançou 246 municípios. O sistema identifica crianças não vacinadas até 2 anos de idade, permitindo intervenções rápidas por parte dos profissionais de saúde. Essa iniciativa tem sido essencial para melhorar os índices de imunização e garantir que o estado avance em direção às metas estabelecidas.
Outro fator que tem impulsionado a vacinação infantil no estado é a lei estadual 22.243, sancionada em agosto de 2023, que obriga a apresentação do Certificado de Vacinação no ato da matrícula escolar para estudantes de até 18 anos. A medida incentiva as famílias a manterem as carteiras de vacinação atualizadas e reforça a importância da imunização como uma responsabilidade coletiva.
Como parte dos incentivos, o Prêmio Zé Gotinha do Cerrado foi entregue a 94 municípios que alcançaram mais de 70% de aplicação das doses da vacina contra a dengue. Paranaiguara, Davinópolis, Goiandira e Porteirão se destacaram, aplicando 100% das doses destinadas a adolescentes. Essa iniciativa reforça a importância do engajamento local para o sucesso das campanhas de imunização.
O médico pediatra José Augusto Jr., do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia, destacou a importância da vacinação infantil ,“ Precisamos valorizar enquanto sociedade o esforço das famílias com a ampliação da vacinação. É um ganho enorme na saúde e qualidade de vida de todos os brasileiros. Uma medida simples que impacta profundamente a saúde na erradicação de doenças evitáveis em um país de dimensões continentais. Isso demonstra confiança no sistema de saúde para protegermos não só a nós mesmos, mas também os mais vulneráveis. Podemos dizer também que vacinação é além de um ato de cidadania, um ato de humanidade.”
No cenário nacional a cobertura vacinal infantil também apresentou melhoras. Em 2024, 12 das 16 vacinas do calendário infantil ultrapassaram os percentuais registrados em 2023. A BCG, por exemplo, atingiu 91,73%, acima da meta de 90%. A 1ª dose da tríplice viral chegou a 95,69%, enquanto a pólio oral alcançou 95,58%, ambas superando as metas de 95%. Segundo o Ministério da Saúde, o país registrou um aumento médio de 17 pontos percentuais em relação a 2022, marcando um retorno positivo após anos de queda.
Outros números e avanços no Brasil de destaque foi, no mês novembro de 2024, o Brasil reconquistou o status de país livre de sarampo, após cinco anos, recuperando a certificação perdida em 2019 devido aos surtos da doença. Em junho, o Brasil completou dois anos sem registros de casos autóctones de sarampo, o último caso foi confirmado em 5 de junho de 2022, no Amapá. Todos os casos subsequentes foram de pessoas que chegaram de outros países.
Para garantir a recertificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus por, no mínimo, um ano. Além disso, o país reforçou o programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.
Vacinação e nova campanha contra a dengue em Goiás
Outro destaque para o estado de Goiás é o lançamento da nova campanha de combate à dengue, com o tema “O combate à Dengue não pode tirar férias”. Que dará início nesta sexta-feira (13/12), a campanha busca alertar a população sobre os cuidados para evitar criadouros do mosquito Aedes aegypti, especialmente durante o período chuvoso e as férias escolares. Dados da vigilância epidemiológica mostram que, a partir de outubro, houve um aumento médio de 10% nos casos notificados de dengue no estado.
Em 2024, Goiás registrou mais de 313 mil casos confirmados de dengue e 414 óbitos, sendo o pior ano da série histórica para a doença no estado. Para reforçar a prevenção, o Governo de Goiás distribuiu prêmios para 94 municípios que alcançaram altas taxas de imunização contra a dengue, com destaque para cidades como Paranaiguara, Davinópolis e Porteirão, que aplicaram 100% das doses destinadas a adolescentes.
A vacina contra a dengue está disponível para pessoas de 6 a 16 anos em Goiás. Até o momento, 348.921 doses foram aplicadas, sendo que 127.675 pessoas elegíveis ainda não retornaram para tomar a segunda dose. O secretário de Saúde, Rasivel Santos, enfatizou a importância da colaboração entre gestores municipais e a população. “Precisamos da atuação de todos. As campanhas ajudam no engajamento, mas o compromisso deve ser de cada cidadão”, afirmou.
Apesar dos avanços, os desafios ainda permanecem. A desinformação e o medo em relação às vacinas continuam a ser barreiras significativas. Nesse cenário, é essencial reforçar campanhas educativas e ampliar o acesso às vacinas para garantir que as metas sejam mantidas e que as coberturas aumentem ainda mais. Em Goiás, os resultados mostram que o trabalho integrado entre governo, profissionais de saúde e sociedade é essencial para garantir a saúde das crianças e prevenir doenças evitáveis
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