Sindicato de Advogados aciona MP-SP contra Tarcísio por crescente violência policial
Sindicato afirma que Tarcísio violou direitos humanos
O Sindicato das Advogadas e Advogados de São Paulo (Sasp) protocolou uma representação no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pedindo a abertura de um inquérito contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) após violência policial. A entidade alega que o governador teria violado direitos humanos e incentivado a violência policial, diante do aumento de casos envolvendo abusos cometidos por agentes da Polícia Militar no estado.
Violência policial em São Paulo
O pedido ocorre em meio a uma crise na segurança pública, evidenciada por recentes casos de violência policial registrados por câmeras corporais, imagens de monitoramento ou testemunhas. Nos últimos dias, dois policiais militares foram presos. Um deles foi acusado de matar um homem com 11 tiros pelas costas, enquanto estava de folga. O outro foi flagrado jogando um homem de uma ponte.
No documento enviado ao MP-SP, o sindicato critica o posicionamento de Tarcísio em relação ao uso de câmeras corporais pela polícia. Segundo a entidade, o governador sempre se mostrou contrário à adoção do equipamento e só teria recuado em suas declarações após pressão da opinião pública.
Além disso, a Sasp critica a permanência do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, no cargo. Segundo dados da Ouvidoria da Polícia, as denúncias de violência policial cometidas por policiais militares em serviço aumentaram 40% nos primeiros 11 meses de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023.
O sindicato também menciona a postura de Tarcísio diante das denúncias relacionadas à Operação Verão, realizada na Baixada Santista após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo. Na ocasião, ao ser questionado sobre os abusos cometidos na operação, o governador declarou que não estava “nem aí”.
No documento, a Sasp afirma que o governador, como chefe das polícias e maior autoridade do estado, tem responsabilidade direta no estímulo a determinadas condutas de agentes públicos. Segundo a entidade, Tarcísio teria negligenciado ou incentivado ações que violam direitos humanos fundamentais.
Em entrevista ao programa Canal Livre, da TV Bandeirantes, no último domingo (15), Tarcísio afirmou que erros policiais não podem ser justificativas para o combate ao crime. Ele ressaltou que o governo paulista está promovendo “correções de rota” nas políticas de segurança pública.
Quando questionado sobre os casos recentes de violência policial, Tarcísio declarou repudiar as ações veiculadas em vídeos. Ele afirmou que os profissionais envolvidos estão sendo encaminhados para a Corregedoria da Polícia Militar. “Isso mexe com a gente. Essa não é uma imagem que a gente quer ver. Isso não representa a Polícia Militar de São Paulo”, disse o governador.