Vaticano permite que homens gays sejam padres desde que mantenham voto de celibato
O Vaticano informou que as novas orientações foram aprovadas em novembro e entraram em vigor imediatamente
O Vaticano anunciou hoje novas diretrizes para seminários que permitem que homens gays se tornem padres, desde que vivam em celibato. O documento, elaborado pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), marca uma mudança em relação às instruções de 2016, que proibiam seminaristas com “tendências homossexuais profundas”.
As novas diretrizes foram publicadas discretamente no site da CEI nesta quinta-feira (9). O documento orienta que a avaliação da orientação sexual dos seminaristas seja considerada apenas como um dos vários aspectos da formação.
“Quando se lida com tendências homossexuais no processo formativo, é adequado que a avaliação não se restrinja a esse aspecto, mas procure entender seu significado no contexto mais amplo da personalidade do jovem”, destaca o texto.
O Vaticano informou que as novas orientações foram aprovadas em novembro e entraram em vigor imediatamente, ficando sujeitas à revisão após três anos.
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Embora demonstre maior abertura em relação à população LGBTQIA+, o Papa Francisco gerou polêmica em maio do ano passado, quando um comentário feito a ele sobre gays em seminários vazou na imprensa italiana. Na ocasião, Francisco teria descrito os seminários como “cheios de viadagem”. Relatos de bispos próximos ao Papa indicam que Francisco, em um momento anterior, teria se manifestado contra a ordenação de homens gays como padres – uma posição que foi revisada pela Igreja com as novas diretrizes.
Em janeiro de 2023, o pontífice declarou à agência Associated Press que a homossexualidade não é crime, embora a considere pecado, e apelou pelo fim das leis que criminalizam a orientação sexual em todo o mundo.