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terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Fusão partidária

Goiás será contraponto na possível fusão do MDB com PSDB

Principal emedebista goiano, Daniel Vilela mantém relação conflituosa com Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB

Postado em 14 de janeiro de 2025 por Thiago Borges
Goiás será contraponto na possível fusão do MDB com PSDB
Foto: Reprodução

O futuro do PSDB é o assunto mais quente da crônica política. A sigla que entre o final dos anos 90 e até o começo da última década protagonizou a política brasileira passou por um processo de encolhimento, resultado da perda de expressão da legenda nos últimos anos. O partido que já esteve na Presidência da República nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso e foi vencedor de todas as eleições para o governo de São Paulo entre 1994 e 2022, nos dias atuais amarga uma relevância tímida no cenário político. 

Com isso, o destino dos tucanos parece certo: a fusão partidária. Atualmente, o PSDB tem conversas avançadas para ser incorporado ao PSD de Gilberto Kassab, porém, o MDB tem articulado para driblar as negociações. A história dos tucanos se confunde com a dos emedebistas, já que o PSDB foi criado a partir de uma cisão do MDB em 1988. A junção dos partidos significaria uma volta do casamento que acabou no século passado, e a política goiana deverá ser o contraponto em toda essa história.

Vice-governador, Daniel Vilela é presidente do MDB em Goiás e o principal nome do partido no Estado. Enquanto isso, o ex-governador Marconi Perillo é o presidente nacional do PSDB e está na linha de frente das negociações que envolvem os tucanos. Porém, a relação de Vilela e Marconi é conflituosa e tende a ser um dos empecilhos da fusão dos dois partidos.

Marconi é o principal opositor do bem avaliado governo de Ronaldo Caiado (União Brasil) em Goiás. Vilela é o sucessor natural de Caiado e nome certo para a disputa do governo do estado em 2026. A possibilidade de Perillo disputar o governo nas próximas eleições acirra ainda mais os ânimos entre o emedebista e o tucano. O cenário em que Daniel e Marconi são correligionários é quase inimaginável, e a possibilidade de fusão entre as siglas dos políticos promete muitas rodadas de negociações.

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Além disso, a cúpula do PSDB discute uma retomada do protagonismo nacional e uma possível candidatura à Presidência da República, e sabe que isso só acontecerá caso se una a um partido relevante nacionalmente. Eduardo Leite, governador tucano do Rio Grande do Sul, trabalha em um projeto político visando a candidatura ao Planalto em 2026. Para isso, os tucanos devem propor que a sigla que irá aglutinar o PSDB concorde com a candidatura à presidência, o que dificulta ainda mais a relação com o MDB em Goiás.

Não existem rumores de uma possível candidatura emedebista à presidência nas próximas eleições, diferente do PSD, no qual o nome do governador do Paraná, Ratinho Júnior, é constantemente colocado como um possível candidato. Caiado já expôs, em mais de uma oportunidade, sua intenção de disputar o Executivo federal e, em Goiás, o MDB é o principal aliado do União Brasil. 

Além de aliados, a relação de Vilela com Caiado simboliza a aliança dos partidos em Goiás. Um cenário em que os líderes nacionais do MDB – leia-se Baleia Rossi, deputado federal e presidente nacional do partido, a ministra Simone Tebet e o ex-presidente Michel Temer – apoiem uma candidatura própria após a fusão do MDB, impactaria diretamente na relação com os emedebistas goianos, visto que a candidatura de Caiado à presidência e Vilela ao governo de Goiás, com um apoiando o outro, é inevitável. (Especial para O Hoje)

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