Bolsonaro desdenha do filme Ainda Estou Aqui, e afirma: “Conheço a história melhor que eles”
Apesar do desprezo de Bolsonaro, o filme continua a conquistar público e crítica. No Brasil, já ultrapassou 3,8 milhões de espectadores
Nesta semana, o repórter Daniel Carvalho, da Bloomberg, questionou Jair Bolsonaro sobre o filme Ainda Estou Aqui e a possível torcida por Fernanda Torres no Oscar. Em resposta, o ex-presidente minimizou a importância da produção: “Nem vou perder meu tempo, tenho o que fazer. Conheço a história melhor que eles.”
Apesar do desprezo de Bolsonaro, o filme continua a conquistar público e crítica. No Brasil, já ultrapassou 3,8 milhões de espectadores. Em Portugal, lidera as bilheteiras, enquanto nos EUA sua arrecadação mais que dobrou na última semana, garantindo exibição em um número recorde de salas. Além disso, a obra concorre a três categorias no Oscar: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Torres.
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À Bloomberg, Bolsonaro afirmou que “gostaria que Paiva estivesse vivo”, mas criticou o filme, alegando que “a história é contada pela metade” e “glamourizada para um lado só”.
A relação do ex-presidente com os Paiva remonta à sua juventude. Bolsonaro cresceu em Eldorado Paulista (SP), no Vale do Ribeira, onde a família de Rubens Paiva – ex-deputado cassado pelo regime militar após o golpe de 1964 – era dona da Fazenda Caraitá e tinha grande influência na região.
Nos anos 1990, já como deputado federal, Bolsonaro negou no plenário que Paiva tenha sido morto por militares, alegando que o ex-parlamentar foi assassinado por guerrilheiros de esquerda. Em um episódio polêmico, durante a inauguração de um busto em homenagem a Paiva na Câmara, Bolsonaro teria cuspido na estátua e o chamado de “comunista” e “vagabundo”, segundo relatos dos filhos do ex-deputado.