O lançamento da Frente Goiana de Vereadores de Direita (FeGoVeDi), nesta última sexta-feira (7), teve destaques notáveis para o movimento conservador goiano. A participação virtual do ex-presidente da república Jair Bolsonaro (PL) e uma aliança interpartidária simbólica de parlamentares municipais da direita pela legenda de oposição ao governo Caiado (União Brasil) foram apontados como pontos altos do evento pelos espectadores ao O HOJE. 

Contudo, a falta de players do congresso sinalizou para uma velha ferida da sigla no final das eleições de 2024, que pode se estender ao longo de 2025 e rechaçar a aparente estabilidade partidária em menos de ano de eleição para o Senado Federal. O atual presidente da legenda Wilder Morais e o deputado federal Gustavo Gayer estavam ausentes da reunião, que também contou com líderes do executivo municipal e ex-deputados estaduais. A falta estratégica denota o descompasso entre o presidente nacional simbólico do partido e os objetivos políticos da sigla em Goiás para 2026, como anteriormente mostrou O HOJE. 

Esse descompasso foi, em grande parte, a explicação dessa ausência do ensaio que levantou ainda mais o apoio de Vitor Hugo como a escolha principal do presidente para o senado. No final, lideranças da direita em Goiás, com partidos como o União Brasil e MDB, denotaram o vereador como o “futuro senador da República”. 

Encabeçada pelo vereador mais votado de Goiânia e amigo Bolsonaro, Major Vitor Hugo (PL), a FeGoVeDi almeja uma capacitação dos atuais e próximos políticos para alavancar e defender pautas do movimento, como a defesa a liberdade e da família, segundo o parlamentar ao O HOJE.  

Após o ensaio, o próprio parlamentar destacou que já se prepara para voltar ao senado quando o ex-presidente comentou da escolha do vereador para vice-presidente em tom jocoso. “Eu estava me preparando para ser pré-candidato ao Senado ou voltar para a Câmara dos Deputados, mas depois de uma insinuação dessas… Vamos ver!” 

Em uma coletiva anterior sobre a escolha do presidente para o governo do Estado, Vitor comentou a prioridade de Bolsonaro ao Senado e a Câmara, que desde o impeachment de Dilma Rousseff em 2016 ganhou mais participação e protagonismo no cenário político. “Cada partido pode apresentar dois candidatos, cada eleitor vota duas vezes e cada estado vai eleger dois senadores. Então, na verdade não existe uma concorrência pelas vagas, o PL pode lançar dois candidatos, mas quem vai definir isso aí é o presidente Bolsonaro em todos os Estados”, afirmou.

Com isso, o apoio direto de Bolsonaro a um candidato que não está alinhado com a sigla estadual, ao qual ponderou a expulsão da legenda, pode gerar uma queda de braço pela atenção do ex-presidente entre Vitor e Gayer, que também se posiciona na corrida. Gayer hoje também é expressivo na sua presença nas redes sociais com vídeos de comentários políticos com um canal do Youtube com quase dois milhões de seguidores. Além disso, é um aliado próximo ao atual presidente partidário goiano e senador.

Em um caso de candidatura dupla de Vitor e Gayer, os parlamentares devem disputar a atenção de Bolsonaro para subir no palanque do Senado, ainda mais com a possível chegada de Gustavo Lima e Gracinha Caiado para uma campanha para o título em 2026.