Uma boa notícia para a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), que tentará a sucessão do governador Ibaneis Rocha (MDB), em 2026. A senadora Damares Alves (Republicanos) disse à imprensa local que não disputará o cargo e que a decisão é definitiva.

“Fico muito feliz que lembrem o meu nome. Ouço esses pedidos não só da classe política, mas das pessoas nas ruas. Mas não tenho nenhum plano de disputar o Governo do Distrito Federal. Já me decidi. A Celina [Leão (PP)] está muito bem. A Celina é irmã”, disse Damares, que chegou a ser ventilada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A Celina, sendo candidata, terá o meu apoio”, completou.

Celina Leão é natural de Goiânia e tem 46 anos. Ela é administradora e, antes de ser vice-governadora do Distrito Federal, foi deputada federal pelo PP-DF. Ele chegou a se licenciar do cargo para assumir a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer do ente federativo em maio de 2020.

Naquele mesmo ano, em dezembro, ela reassumiu como deputada. Em janeiro de 2023, todavia, renunciou ao mandato para ocupar a vice no DF. Ela foi, ainda, eleita e reeleita como deputada distrital, estando, de 2011 a 2014, pelo PMN, e, de 2015 a 2018, pelo PDT. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celina foi uma das organizadoras do Mulheres com Bolsonaro.

Do campo conservador, ela pode acabar tendo que mudar de partido, a depender da composição em 2026. Isso, porque ela é filiada ao PP do senador Ciro Nogueira, hoje declarado apoiador do ex-presidente Bolsonaro, mas que já foi aliado do PT em outros tempos.

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Figura forte dentro da política nacional, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) pode se aproximar do governo federal e, inclusive, ganhar um ministério. A situação é complexa, pois ele e Renan Calheiros querem uma vaga para o Senado por Alagoas, em 2026, mas o presidente Lula pode conseguir um “jeitinho”.

Com Lira contemplado, ele pode convencer os pepistas a apoiarem a reeleição de Lula. Até mesmo Ciro. Isso dificultaria a vida de Celina, que é conservadora e quer concorrer ao Palácio dos Buritis com a bênção e apoio de Bolsonaro e seu grupo. Diante desse cenário, é possível que ela deixe o partido para garantir a manutenção de uma possível aliança. O PL, claro, seria a casa mais indicada.

Desejo de Ibaneis

Mas de volta a sucessão, Ibaneis já deixou claro, em mais de uma ocasião, que Celina é sua escolha para corrida ao governo do DF. O nome do vice, como esperado, ainda não foi definido. Será, obviamente, alguém da base que já começa a se formar.

Ibaneis Rocha pode tanto tirar um período de descanso, como renunciar seis meses antes da eleição para disputar o Senado. Essas definições ficarão, possivelmente, para o começo do próximo ano. Uma disputa pela Casa Alta do Senado parece ser o mais provável.

Celina já ocupou o cargo de governadora do DF. Em 2023, Ibaneis Rocha – que é brasiliense nato – foi afastado da função por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), devido a uma investigação sobre os atos golpistas contra os três poderes, em Brasília (DF). Posteriormente, o emedebista reassumiu o governo.

Análise

Wilson Silvestre, por meio da coluna Xadrez do Jornal O HOJE, já destacou o preparo de Celina. Conforme o jornalista, a vice-governadora tem precisado mostrar seu valor desde que foi anunciada antecipadamente por Ibaneis como pré-candidata dele ao Palácio do Buriti em 2026.

“Embora não seja visível, existe um preconceito sobre o papel da mulher na política que se move silenciosamente. No entanto, Celina é respaldada pelo seu partido, o PP, e conta com aliados fortes em outras siglas”, analisou, à época.