O que acontece quando o sonho de liberdade vira uma luta pela sobrevivência?
O filme “Malick” retrata a jornada de um jovem senegalês, vítima de tráfico humano, que atravessou vários países em busca de um futuro melhor, mas se viu preso entre o passado e a sobrevivência
![Foto: Black Company](https://ohoje.com/wp-content/uploads/2025/02/blackcompany-1024x576.jpg)
Modou Awa Dieye partiu do Senegal com a promessa de uma nova vida na Itália, mas acabou sendo vítima de tráfico humano e desembarcou, sem saber, a mais de 7 mil quilômetros de sua terra natal, no Equador. O jovem de 22 anos precisou fugir dos criminosos e atravessou o Peru e a Bolívia até chegar ao Brasil, onde reconstruiu sua história. Hoje, sua trajetória serve de inspiração para o filme Malick, que está em fase de gravação em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O longa-metragem, dirigido por Cassio Tolpolar e codirigido pelo próprio Modou, acompanha a adaptação de um imigrante senegalês de 25 anos no Brasil, enquanto tenta superar o passado marcado pelo tráfico humano. O projeto surgiu em 2017, quando Tolpolar reescrevia um roteiro e buscava um parceiro senegalês. O encontro com Modou transformou completamente a narrativa original, dando origem a uma obra que mescla ficção e realidade.
A história do artista se soma às de milhares de refugiados que chegam ao Brasil anualmente. Apenas no Rio Grande do Sul, onde Modou vive, foram registradas 27 mil autorizações para migrantes e refugiados em 2024, um aumento de 103,4% em relação a 2020, segundo dados da Polícia Federal. O filme busca dar voz a essas experiências, retratando os desafios e as lutas diárias enfrentadas por quem deixa sua terra natal em busca de segurança e dignidade.
Malick é o primeiro longa de ficção da produtora gaúcha Mamaliga Films e já passou por diversos laboratórios e mercados audiovisuais, como o SP Cine Pitching e o Cine Esquema Novo. A produção também foi selecionada para o programa Accelerator do SEE Fest Film Festival, em Los Angeles, consolidando seu reconhecimento internacional antes mesmo da estreia.
Com roteiro assinado por Adry Silva, Cassio Tolpolar e Modou Awa Dieye, e produção-executiva de Ana Luísa Moura e Pam Hauber, o filme se apresenta como uma obra potente sobre imigração, identidade e resiliência.