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sábado, 22 de fevereiro de 2025
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Agro

Vale do Araguaia pode entrar no ranking da produção agrícola nacional

Região do Vale do Araguaia apresenta condições ideais para cultivo diversificado, incluindo soja, milho, feijão e arroz

Postado em 20 de fevereiro de 2025 por Eduarda Leão
vale do araguaia
| Foto: divulgação

A região do Vale do Araguaia, localizada no noroeste de Goiás, tem se destacado como uma nova fronteira agrícola do país. Com terras planas, clima favorável e recursos hídricos abundantes, a área apresenta condições ideais para o cultivo de soja, milho, feijão e arroz, além de possibilitar uma forte integração entre lavoura e pecuária. Especialistas apontam que, com investimentos adequados em infraestrutura e logística, o Vale do Araguaia pode impulsionar Goiás ao top 3 da produção agrícola nacional.

A região do Vale do Araguaia, em Goiás, abrange 11 municípios. Dessa forma, culturas como mandioca, algodão, cana-de-açúcar, banana e melancia apresentam potencial de expansão, diversificando a economia local. Segundo a LSPA/IBGE Goiás, o estado deve atingir 15,2 milhões de toneladas de milho e 243,8 mil toneladas de feijão na terceira safra, consolidando-se como um dos maiores polos agrícolas do país.

A pecuária também se destaca na região, que conta com mais de 3,2 milhões de bovinos, além de bubalinos, equinos, suínos, caprinos, ovinos e galináceos. No ranking estadual de rebanho bovino, os municípios de Nova Crixás e São Miguel do Araguaia ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugar.

O engenheiro agrônomo e presidente da Aprosoja Goiás, Clodoaldo Calegari, destaca que a expansão agrícola da região ocorre sem a necessidade de desmatamento. “Hoje se tem a possibilidade de aumentar a produção de grãos sem causar desmatamento, sem ataque ao meio ambiente, simplesmente na recuperação de pastagens degradadas”, explica. Ele também enfatiza que, além da soja, outros cultivos como milho, arroz e feijão já estão sendo produzidos com sucesso em diversos municípios.

O agrônomo Ênio Fernandes reforça o imenso potencial produtivo da região, especialmente com a utilização da irrigação. “Você tem água abundante e altas temperaturas, o que ajuda muito na produção de biomassa e pode potencializar enormes ganhos”, afirma. Fernandes ainda ressalta a importância da integração lavoura-pecuária, que possibilita a diluição de custos e agrega valor tanto à agricultura quanto à pecuária.

Apesar das vantagens naturais da região, os especialistas alertam para os desafios estruturais que ainda precisam ser superados. A falta de rodovias pavimentadas, a precariedade das estradas vicinais e a escassez de estruturas de armazenagem dificultam a expansão do agronegócio. “A primeira coisa que precisa ser feita é melhorar essas estradas vicinais, construir pontes com maior capacidade de peso e garantir manutenção adequada”, pontua Fernandes.

Calegari também chama atenção para a limitação energética da região, um dos principais entraves para a instalação de indústrias e armazéns. No entanto, avanços já estão em curso, como a expansão da rede de transmissão de energia e a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), prevista para ser concluída até 2028. “Isso vai facilitar muito o escoamento da produção regional”, ressalta.

Para garantir um crescimento sustentável, Fernandes destaca a importância de um esforço conjunto entre produtores, cooperativas e governo. “Cooperativas e associações são importantes demais para você criar uma rede de proteção aos produtores rurais, porque além de vender o insumo, ela leva tecnologia e informação técnica.”, conclui.

“Então criar esse arcabouço, o estado e as prefeituras mexendo na infraestrutura logística, as cooperativas e associações dando informações técnicas e ajudando na comercialização dos produtores e os produtores focados na produção e no desenvolvimento de novas técnicas para essas regiões de fronteira. Tudo isso incentiva a região a crescer. Logo logo, o empresário urbano vê oportunidades para ofertar serviço a esses produtores de cooperativas.”, explica Fernandes.

O potencial produtivo dos municípios circunvizinhos ao Rio Araguaia foi destacado pelo governador em exercício Daniel Vilela. “Uma grande transformação vai acontecer aqui ao longo dos próximos anos. O Governo de Goiás fará todo esforço e os investimentos necessários para potencializar e antecipar esse desenvolvimento da região”, garantiu Vilela.

“Essa região será a principal fronteira agrícola de desenvolvimento dos próximos anos em Goiás”, projetou o governador em exercício.

Com os avanços necessários na infraestrutura e o investimento em novas tecnologias, o Vale do Araguaia pode estar prestes a se consolidar como uma das regiões agrícolas mais promissoras do Brasil, contribuindo significativamente para a economia de Goiás e para o agronegócio nacional.

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