PGR omite trechos da fala de Mauro Cid que se opõem a denúncia contra Bolsonaro
O caso ficou notório após a instituição oferecer ao STF a denúncia contra 34 pessoas, incluindo o ex-presidente

A Procuradoria-Geral da República (PGR) exalta pontos que incriminam o ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), e deixa de fora falas do ex-auxiliar, Mauro Cid, que se opõem à acusação. A instituição utiliza o acordo de colaboração premiada como um mecanismo de confirmação dos fatos investigados, no entanto, ignora falas que contribuem para a defesa de Bolsonaro.
O caso ficou notório após a PGR oferecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) a denúncia contra 34 pessoas acusadas de estimular e realizar atos contra os Três Poderes e contra o Estado Democrático de Direito. Os fatos foram divididos em cinco peças acusatórias.
Os 34 denunciados são acusados de cometer os seguintes crimes: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e a deterioração de patrimônio tombado.
Leia mais: Bolsonaro diz “cagar para prisão”, em discurso após a denúncia da PGR
As peças acusatórias baseiam-se em manuscritos, arquivos digitais, planilhas e trocas de mensagens que revelam o esquema de ruptura da ordem democrática. E descrevem, de forma pormenorizada, a trama conspiratória armada e executada contra as instituições democráticas. A organização tinha como líderes o então presidente da República e o seu candidato a vice-presidente. Aliados a outras pessoas, dentre civis e militares, eles tentaram impedir, de forma coordenada, que o resultado das eleições presidenciais de 2022 fosse cumprido.