O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

domingo, 14 de dezembro de 2025
Câmara de Goiânia

Enquanto PL abraça Mabel, PT se coloca como oposição “responsável” na Câmara

Petistas criticam falta de diálogo do prefeito, medidas autoritárias e priorização de interesses particulares no município

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 24 de fevereiro de 2025
Enquanto PL abraça Mabel, PT se coloca como oposição “responsável” na Câmara
Foto: Câmara de Goiânia

Bruno Goulart

Indo para o terceiro mês de mandato à frente da Prefeitura de Goiânia, o prefeito Sandro Mabel (UB) já enfrenta uma oposição clara e organizada na Câmara de Goiânia. Enquanto o PL, segundo maior partido da casa com quatro vereadores, parece embarcar na base do prefeito, o PT se consolida como a principal força de oposição à gestão. Com três vereadores – Professor Edward, Kátia e Fabrício Rosa –, o partido do presidente Lula tem sido incisivo em suas críticas à falta de diálogo, às medidas autoritárias e à priorização de interesses privados em detrimento do serviço público.

O HOJE conversou com os três parlamentares petistas, que detalharam suas preocupações e propostas para a capital goiana. Enquanto isso, o PL, liderado pelo vereador Vitor Hugo, ex-deputado federal com forte ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, tem adotado uma postura mais alinhada ao governo Mabel. Entretanto, comenta-se nos bastidores que a atuação do PL na Câmara reflete mais uma disputa de pautas nacionais do que da capital. Isso é facilmente explicado pela influência política de Vitor Hugo, acostumado aos holofotes da Câmara Federal em Brasília – em contraste com a de Goiânia.

“Oposição responsável”

A vereadora Kátia, presidente estadual do PT em Goiás, foi enfática ao criticar a gestão de Sandro Mabel. Ela destacou ao O HOJE que o PT é oposição não por questões pessoais, mas por divergências profundas com as políticas adotadas pelo prefeito. “Nós temos inúmeros pensamentos diferentes daquilo que ele tem feito. É inadmissível um prefeito que coloque em sua gestão a ampla maioria dos apoiadores do ex-prefeito Rogério Cruz e tente colocar nos servidores públicos a fatura da má gestão”, afirmou.

Leia mais: Lula enfrenta dilema com o Centrão: alto custo político e pouco apoio

Kátia também criticou a falta de diálogo da gestão, citando como exemplo as mudanças no trânsito e na educação, implementadas sem consulta à Câmara ou à população. “Ele fez alterações que impactam diretamente a vida dos comerciantes, pedestres e motoristas sem dialogar com ninguém. Na educação, para zerar a fila do déficit de vagas, superlotou as unidades, prejudicando crianças e professores”, denunciou.

O vereador Fabrício Rosa reforçou o posicionamento do PT como uma oposição responsável e propositiva. “Nós não nos opomos pessoalmente a Mabel. Somos uma bancada de esquerda que propõe soluções baseadas no coletivo. Nos opomos ao formato que a gestão do Mabel apresenta”, disse. Rosa criticou a privatização de vagas em creches para entidades religiosas e privadas, defendendo a conclusão de obras de CMEIs já em andamento e a oferta de vagas por meio de concursos públicos.

Ele também se posicionou contra a taxa do lixo, que custaria cerca de R$ 1 mil por pessoa, e defendeu o fortalecimento da Comurg, empresa pública de limpeza urbana. “Queremos uma Goiânia limpa, mas com servidores concursados, não com dinheiro público indo para empresas privadas que visam o lucro”, afirmou.

O Professor Edward, outro vereador do PT na Câmara, destacou que sua oposição será focada em matérias que contrariem os interesses da população. “Não tenho problema em votar a favor de propostas da prefeitura que sejam boas para a sociedade. Mas me oponho a privatizações, medidas que impactem negativamente os servidores públicos e a taxa do lixo”, declarou.

Pautas do PL puramente nacionais

Apesar de ser o segundo maior partido na Câmara, atrás apenas do MDB, o PL, representado pelos vereadores Vitor Hugo, Oseias Varão, Coronel Urzêda e Willian Veloso, tem sido criticado por priorizar agendas nacionais em detrimento das demandas da capital. Uma fonte de dentro do legislativo disse ao O HOJE que os quatro estão muito alinhados às pautas políticas de Bolsonaro que em nada tem a ver com os reais problemas de Goiânia.

Siga o Canal do Jornal O Hoje e receba as principais notícias do dia direto no seu WhatsApp! Canal do Jornal O Hoje.
Veja também