Lula enfrenta dificuldades para encontrar novos ministros
A nova organização dos ministérios, de acordo com o governo federal, estrutura as 37 pastas originalmente criadas pelo presidente
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O governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) pode enfrentar dificuldades para encontrar novos ministros. Nos ventos da mudança que pairam sob a reforma ministerial, o chefe de Estado precisa fazer trocas para satisfazer a conveniência política. Os rumores que cercam a Esplanada dos Ministérios começam a se materializar. Nesse sentido, a primeira escolha se manifesta com a possibilidade, cada vez mais próxima, da demissão da atual ministra da saúde, Nísia Trindade Lima. Com isso, interlocutores questionam o motivo da atual gestão demorar no anúncio da saída.
Nessa perspectiva, o atraso para encontrar um novo nome, pode estar no novo temor de Lula, que é fortalecer os possíveis futuros inimigos políticos. E mais, em caso de algum contratempo, com algum futuro ministro, a instabilidade que a rotatividade pode gerar no governo se manifesta, também, como uma preocupação. A pressão por parte do centrão para conseguir mais cargos, interfere diretamente no dilema. No entanto, o nome de Alexandre Padilha (PT), aparece para substituir a atual ministra da saúde. O que cria insatisfação dentro do Congresso que já cedeu na reforma ministerial.
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A demanda por mais espaço dentro do governo é natural diante da ampliação de cargos promovido pelo presidente Lula desde o início do seu governo. No entanto, diante das adversidades (crises de governabilidade e na gestão da economia do país) que vem enfrentando, decisões terão que ser ponderadas pelo mandatário. Ao observar a nova estrutura de cargos, o centrão enxergou oportunidades de ocupar o Poder Executivo.
A nova organização dos ministérios, de acordo com o governo federal, estrutura as 37 pastas originalmente criadas pelo presidente Lula. “A Lei 14.600 de 2023 que estabelece a nova estrutura de governo federal, foi definida pelo presidente Lula, e feita sem a criação de novos cargos. O texto, que foi aprovado pelo Congresso Nacional, manteve as 37 pastas originalmente criadas por Lula, incluindo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), mudando a organização interna de algumas delas”, diz o governo.
O presidente da República vetou dois dos pontos mais polêmicos e debatidos no Congresso: o que colocava sob competência do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional a gestão de recursos hídricos, assim como a Política Nacional de Recursos Hídricos e a Política Nacional de Segurança Hídrica. Em sua justificativa, o presidente esclareceu que “a gestão de recursos hídricos abrange aspectos que vão além da garantia da infraestrutura hídrica, o que pressupõe compreender a água como um bem de domínio público, cuja disponibilidade em qualidade e em quantidade, como insumo para as atividades humanas, é indissociável da manutenção dos processos ecológicos e sua interação com a adaptação às mudanças climáticas”.
Nova estrutura
A lista de ministérios previstos na nova estrutura é: Agricultura e Pecuária; Cidades; Cultura; Ciência, Tecnologia e Inovação; Comunicações; Defesa; Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; Integração e do Desenvolvimento Regional; Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; Direitos Humanos e da Cidadania; Fazenda; Educação; Esporte; Gestão e Inovação em Serviços Públicos; Igualdade Racial; Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; Justiça e Segurança Pública; Meio Ambiente e Mudança do Clima; Minas e Energia; Mulheres; Pesca e Aquicultura; Planejamento e Orçamento; Portos e Aeroportos; Povos Indígenas; Previdência Social; Relações Exteriores; Saúde; Trabalho e Emprego; Transportes; Turismo; e Controladoria-Geral da União.
Os órgãos com status de ministério são os seguintes: Casa Civil da Presidência da República; Secretaria das Relações Institucionais da Presidência; Secretaria-Geral da Presidência; Secretaria de Comunicação Social; Gabinete de Segurança Institucional (GSI); e Advocacia-Geral da União (AGU).