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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Análise

2026 pode ser decisivo para sobrevivência de Lula e do PT

Sem vitória, o partido pode levar anos para se recuperar e Lula, aos 81 anos, é visto como a última grande figura da esquerda, com sua liderança “sombra” impedindo o surgimento de novas lideranças no partido

Postado em 26 de fevereiro de 2025 por Bruno Goulart
2026 pode ser decisivo para sobrevivência de Lula e do PT
Foto: Agência Brasil

Bruno Goulart

Muito se esperava que um terceiro governo Lula seguiria os rumos dos anteriores. No entanto, o cenário atual mostra um presidente com popularidade em queda e menos força para chegar competitivo em 2026. Dessa forma, a próxima eleição presidencial promete ser um dos maiores desafios políticos para Lula e o PT. Em Brasília, especula-se que, caso o partido perca a disputa, poderá enfrentar uma longa dificuldade para retomar o poder na próxima década. Além disso, Lula terá 81 anos em 2026, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de conduzir uma campanha e, sobretudo, sobre quem poderá assumir seu legado.

Sombra

Ao O HOJE, o cientista político Lehninger Mota comparou Lula a uma “árvore muito grande na floresta”: sua liderança é tão imponente que não permite o crescimento de outras figuras políticas. “Ele é uma espécie de árvore muito grande que não deixou crescer nenhuma outra liderança com capacidade real de articulação, de discutir o Brasil e de ser uma nova liderança do PT”, afirma Mota.

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Essa dependência excessiva da esquerda a Lula é vista como um dos maiores riscos para o futuro do PT. Desde a redemocratização, o partido sempre esteve no centro das disputas presidenciais, seja vencendo ou chegando ao segundo turno. No entanto, a ausência de um plano de sucessão claro e a falta de nomes competitivos colocam o partido em uma situação delicada. Seria este o fim do reinado do PT no Planalto?

De acordo com Mota, o único candidato forte para o PT é Lula. Não vê outro nome”, explica. Mesmo que o partido tente lançar outras figuras, como Geraldo Alckmin, o PT perderia protagonismo e enfrentaria dificuldades para se manter como uma força política relevante. Assim, o partido preferiu não dar relevância para uma renovação interna. E isso pode torná-lo insustentável após 2026.

Enquanto o PT enfrenta seus próprios desafios, a oposição, segundo o deputado federal Rubens Otoni (PT), parece estar em uma situação ainda mais frágil. Ele destacou ao O HOJE que, se o cenário é difícil para o PT, ele é ainda mais complicado para os adversários. “Diz que o PT não tem um nome de peso a não ser o Lula. Mas precisa mais que o Lula?”, pontuou o parlamentar.

Muitos nomes da oposição já manifestaram interesse em disputar a presidência, entre eles Ronaldo Caiado (UB), Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Jr (PSD) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. No entanto, com exceção de Bolsonaro, nenhum deles possui o mesmo peso político que Lula. Além disso, apesar da queda na popularidade do governo, o petista ainda lidera todas as pesquisas eleitorais. Para Otoni, Lula tem uma vantagem significativa: estar no comando do governo e da máquina pública, o que pode beneficiá-lo em 2026.

Futuro do PT

A eleição de 2026 será um marco decisivo para o PT. Se Lula vencer, o partido terá mais tempo para tentar construir novas lideranças. No entanto, se perder, o PT pode enfrentar um longo período de reconstrução. A ausência de uma figura carismática e unificadora como Lula deixaria o partido em uma posição vulnerável, especialmente diante de uma oposição que, apesar de desorganizada, pode se fortalecer no futuro.

Para Lehninger Mota, o PT continua sendo uma força política relevante, mas precisa urgentemente de renovação. “O PT é o maior partido de oposição, com um histórico de governanças. Depende muito do cenário econômico e de como isso vai se dar”, afirma.

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