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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
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Véspera de eleição

Por reeleição, Lula terá que repetir estratégia do passado

Presidente enfrenta baixa popularidade na véspera do ano eleitoral, assim como aconteceu em 2005

Postado em 26 de fevereiro de 2025 por Thiago Borges
Por reeleição, Lula terá que repetir estratégia do passado
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Na véspera do ano eleitoral, a queda vertiginosa da popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) preocupa o petista e os interlocutores próximos ao chefe do Executivo. De fato, o desgaste da imagem do governo é perceptível entre os brasileiros e embasado em diversas pesquisas divulgadas ao público. Porém, o cenário desanimador para a cúpula do Planalto já foi enfrentado pelo presidente em 2005 e Lula dá sinais que irá trilhar o mesmo caminho de 20 anos atrás. 

Na noite da última segunda-feira, 24, Lula tratou, durante pronunciamento em rede nacional na rádio e na TV, dos programas sociais Pé-de-Meia e Farmácia Popular. Anunciou o pagamento integral de R$ 1 mil para os estudantes aptos e inscritos no programa e relembrou que, recentemente, o governo anunciou a gratuidade de 100% dos 41 itens do Farmácia Popular. 

O presidente falou diretamente com os brasileiros sobre alguns feitos de seu governo, exaltando programas sociais, em meio a baixa popularidade. A pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) na última terça-feira, 25, mostra que o percentual de brasileiros que avaliam negativamente o governo Lula cresceu de 31% para 44%. A última pesquisa Datafolha, divulgada no último dia 14, apontou que o nível de aprovação de Lula era de 24% – o menor de seus três mandatos. 

A situação é desfavorável e se assemelha com a vivida pelo presidente em 2005. No fim daquele ano, também véspera de ano eleitoral, o petista enfrentava a maior crise causada pelo escândalo do mensalão. Lula, que iria se reeleger em 2006, se reinventou para recuperar a popularidade do governo que passou por um tremendo desgaste. 

O presidente dá indícios que a estratégia para superar o cenário atual será a mesma que foi usada no desgaste causado pelo mensalão em 2005: exaltar e ampliar os programas sociais do governo. Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Brasil sem Miséria são alguns exemplos dos programas que ajudaram a salvar a reputação do petista. “Depois de dois anos de reconstrução de um país que estava destruído, estamos trabalhando muito para trazer prosperidade para todo o Brasil, principalmente para quem mais precisa”, afirmou o presidente durante o pronunciamento. 

Leia mais: Lula demite Nísia Trindade e troca comando do Ministério da Saúde

Os programas de cunho social sempre fizeram parte da agenda lulista, mas, agora, eles representam também a tentativa de sobrevida do governo Lula 3. O impacto das medidas tomadas pelo petista e seus ministros, obviamente, refletem na opinião pública a respeito da gestão e com a popularidade em baixa, cada passo terá de ser dado com muito cuidado.

Lula e os mais próximos do presidente tratam a reeleição com cautela. Com 79 anos, o presidente ainda deve avaliar, junto a lideranças políticas ligadas a ele, se disputará as eleições de 2026. O presidente já tratou do tema publicamente em mais de uma oportunidade e com versões diferentes. Em algumas declarações, Lula exala vigor físico em suas falas e diz que a idade não seria um problema. Em outras, trata a questão de sua saúde para mais um mandato com mais cautela.

Disputando a Presidência ou não, Lula irá participar da corrida eleitoral em 2026. Caso ele não saia como candidato, é improvável pensar que o PT não lance um sucessor atrelado a imagem do chefe do Executivo e que, claro, teria o aval do presidente. Mas, para fazer um sucessor com chances reais de vitória, ou conseguir ser reeleito para seu quarto mandato como presidente, Lula precisará recuperar a sua popularidade, assim como fez quando foi reeleito. (Especial para O Hoje)

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