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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Orçamento e Emendas

Reunião a portas fechadas no STF reúne Legislativo, Executivo e Judiciário

O presidente da Comissão do Orçamento de 2025 disse que os ajustes finais dependerão do desfecho das negociações entre os representantes dos Três Poderes

Postado em 28 de fevereiro de 2025 por Raunner Vinicius Soares
ministro Flávio Dino

O Supremo Tribunal Federal (STF) se torna palco de uma reunião a portas fechadas entre os Poderes da República, nesta quinta-feira (27). O tema central do encontro é para se chegar a um acordo sobre transparência e rastreabilidade na execução das emendas parlamentares. Mas não só isso. Tendo em vista que o Orçamento de 2025 será votado depois do Carnaval, assuntos periféricos como a forma que os três Poderes gastam seus recursos e suas ramificações temáticas entraram no debate. O anfitrião do evento foi o ministro Flávio Dino, que determinou medidas para garantir transparência e rastreio desses recursos orçamentários definidos no Congresso Nacional.   

O teor da discussão ainda não foi totalmente esclarecido para o público, mas Dino anunciou, anteriormente, que queria discutir e acompanhar as providências tomadas em relação aos gastos das emendas parlamentares. Mais precisamente às emendas PIX. Segundo o ministro, a reunião é necessária para acompanhar a execução das medidas determinadas pelo STF e para esclarecer eventuais questionamentos sobre elas. O encontro também serve para compreender o planejamento de ações do Executivo e do Legislativo.  

De acordo com o tribunal, a decisão de Dino sobre as emendas foi tomada dentro da ação de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). De acordo com o comunicado do STF, compareceu à reunião: a Advocacia-Geral da União (AGU), as advocacias da Câmara dos Deputados e do Senado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), autor da ação, o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), a Secretaria de Relações Institucionais e os Ministérios do Planejamento e Orçamento e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

Leia mais: Dino aprova plano e libera pagamento de emendas

O deputado federal Júlio Arcoverde (PP), que é presidente da Comissão Mistas de Orçamento (CMO), disse que aguardava essa no STF, por entender que o encontro seja decisivo, dentro do entendimento do parlamentar, para solucionar o impasse sobre as emendas parlamentares. O assunto tem gerado uma crise entre os Poderes nos últimos meses. O deputado apontou, no começo do mês, que cerca de 70% do relatório sobre o projeto do Orçamento federal deste ano já está concluído e reforça que os ajustes finais dependerão do desfecho das negociações entre os representantes dos Três Poderes. O parlamentar ainda afirmou que segue em diálogo constante com prefeitos e demais lideranças para minimizar os impactos da instabilidade orçamentária nos municípios. A solução deve sair dessa reunião.   

“É contraproducente aprovarmos o relatório da LOA [deste ano] sem a decisão final do STF sobre as emendas. Precisamos de segurança jurídica para garantir um orçamento sólido e responsável. Entendo as dificuldades enfrentadas pelos prefeitos e estou trabalhando diariamente para que os municípios brasileiros não fiquem desamparados”, afirmou, por meio de nota, o presidente da CMO.  

Posição   

O novo presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União), em um discurso promovido na abertura do ano legislativo na casa alta, disse que a controvérsia sobre as emendas mostra que é preciso respeito mútuo e diálogo entre os Poderes. “As decisões do STF precisam ser respeitadas, mas também é preciso garantir que o Parlamento não seja cerceado em sua função de legislar e de levar recursos para todas as regiões do país”, disse o senador.   

Deixando claro que quem comanda o orçamento deve ser o corpo de membros eleitos e não o judiciário, Alcolumbre disse: “no plano federal, ninguém é mais qualificado para atender às peculiaridades de cada canto deste país do que deputados e senadores, que são os interlocutores e representantes da nossa população no Congresso. Somos atores políticos legitimados pelo voto. Fomos eleitos a partir de plataformas escolhidas pela população de nossos estados”.

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