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segunda-feira, 10 de março de 2025
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Goiânia

Zonas de amortecimento reduz impactos da chuva em Goiânia

Capital possui 132 pontos críticos de alagamento e enxurradas

Postado em 9 de março de 2025 por Micael Silva
Iniciativa prevê a criação de sete zonas para minimizar os efeitos das chuvas em áreas críticas de drenagem Foto: Divulgação | Prefeitura de Goiânia
Iniciativa prevê a criação de sete zonas para minimizar os efeitos das chuvas em áreas críticas de drenagem Foto: Divulgação | Prefeitura de Goiânia

A Prefeitura de Goiânia, por meio da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), inicia neste mês o projeto Zona de Amortecimento, com investimento de R$ 28 milhões. A iniciativa prevê a criação de sete zonas para minimizar os efeitos das chuvas em áreas críticas de drenagem.

A primeira intervenção ocorrerá na Avenida 136, esquina com a Avenida 85, onde será instalada uma vala de 1,20 metro de profundidade com gradil. A proposta utiliza soluções naturais, como calçadas permeáveis, jardins de chuva e trincheiras de infiltração, aplicadas conforme a declividade dos terrenos.

Atualmente, a capital possui 132 pontos críticos de alagamento e enxurradas. O projeto conta com uma parceria de empresas que buscam o Selo Verde de Sustentabilidade, segundo Pedro Baima, gerente de Educação e Políticas Ambientais da Amma.

O arquiteto e urbanista Renato de Melo destaca que soluções baseadas na infraestrutura verde, como jardins de chuva, calçadas permeáveis e trincheiras de infiltração, podem ser fundamentais para reduzir os impactos das chuvas no município.

Segundo o especialista, diversas cidades brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Niterói, já adotam essas estratégias, enquanto metrópoles internacionais, como Xangai, Nova York e Copenhague, têm investido fortemente no conceito de “cidade esponja”. No entanto, ele alerta que Goiânia deve desenvolver soluções adaptadas à sua realidade geográfica e climática, evitando a adoção de modelos prontos de outras localidades.

Entre as iniciativas para tornar a capital goiana mais resiliente às chuvas, o arquiteto defende a implantação de técnicas de conservação de água, como a captação da água da chuva pelos telhados para reuso. Ele destaca que locais como Bogotá e Lima já utilizam essa estratégia, promovendo a sustentabilidade e a economia de recursos hídricos.

Outro ponto crucial, segundo De Melo, é evitar a ocupação de áreas de risco. Ele ressalta que Goiânia avançou na regularização fundiária e na desocupação de regiões vulneráveis, mas ainda há locais que necessitam de atenção. “Loteamentos antigos foram aprovados em tempos onde as exigências eram diferentes, e muitos deles estão em áreas de risco, mesmo sendo regulares”, alerta.

As empresas que buscam o Selo Verde de Sustentabilidade poderão obter a certificação ao financiar a manutenção de parques e áreas ambientais em Goiânia. O projeto, desenvolvido em parceria com a Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), prevê negócios que adotem práticas sustentáveis ​​e responsáveis.

Segundo Pedro Baima, gerente de Formulação de Educação e Políticas Ambientais da Amma, a iniciativa já tem parceria anunciada com o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia (Codese). “No Parque Areião, por exemplo, as empresas filiadas ao Codese vão cuidar e manter as estruturas ambientais na troca do Selo Verde”, explicou.

A Amma definiu cinco zonas de amortecimento que concedem melhorias ambientais: Lago das Rosas (Córrego Capim Puba), Bosque dos Buritis (Córrego Buritis), Parque Botafogo (Córrego Botafogo), Parque Cascavel (Córrego Cascavel), Parque Vaca Brava (Córrego Vaca Brava), Jardim Botânico (Córrego Botafogo) e Parque Areião (Córrego Areião).

As ações previstas seguem as diretrizes do Plano Diretor de Arborização Urbana (PDAU), incluindo proteção sustentável, recomposição florística com substituição de árvores comprometidas, instalação de lixeiras e pontos de entrega voluntária de resíduos, além de programas de educação ambiental.

De acordo com o urbanista, a cidade possui planos diretores que preveem soluções para drenagem, mas ainda adota predominantemente sistemas convencionais, que canalizam grandes volumes de água diretamente para os córregos, causando erosão e enchentes. “O ideal é uma mescla entre drenagem convencional e natural, como ocorre em Melbourne, na Austrália, onde grandes caixas de retenção são incorporadas ao sistema viário”, exemplifica.

Para ele, o planejamento urbanístico precisa ser integrado ao projeto de drenagem, levando em consideração o movimento de terras e a topografia do local. “Quanto menor o movimento de terra, mais eficiente será a infiltração da água”, explica. Dessa forma, ele defende que novos loteamentos, sejam abertos ou condomínios fechados, sigam princípios sustentáveis para evitar futuros problemas de drenagem.

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