Engenheiro relembra construção do Serra Dourada e recebe homenagem pelos 50 anos do estádio
A ideia de construir o estádio surgiu do então governador Leonino Caiado, primo do atual governador Ronaldo Caiado

O engenheiro civil Lamartine Reginaldo da Silva Júnior, hoje aposentado, guarda com orgulho a lembrança de sua participação na construção do Estádio Serra Dourada, um dos projetos mais importantes de sua carreira. Entre 1971 e 1975, ele esteve à frente da coordenação da obra, que se tornou o principal palco do futebol goiano.
A ideia de construir o estádio surgiu do então governador Leonino Caiado, primo do atual governador Ronaldo Caiado. Lamartine recorda que foi chamado para apresentar um plano e, no dia seguinte, viu no jornal que havia sido nomeado diretor e coordenador da construção.
Escolha do local e inspiração em outros estádios
Nos primeiros dois anos, o engenheiro se dedicou a pesquisas sobre o local ideal para a construção. Após sobrevoar Goiânia e analisar diferentes áreas, a escolha recaiu sobre um terreno pertencente ao pecuarista Lourival Louza, na região onde hoje está o estádio.
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Para garantir um projeto moderno, Lamartine visitou estádios como Mineirão, Maracanã, Beira-Rio, Pacaembu e Rei Pelé. Um dos diferenciais do Serra Dourada foi a inclusão de um amplo estacionamento, um problema comum em outras arenas do país.
Homenagem pelos 50 anos do Serra Dourada
Torcedor do Goiânia e do Flamengo, Lamartine deixou de frequentar o estádio há anos, mas retorna nesta segunda-feira (10) para uma homenagem em comemoração aos 50 anos da arena. Ele se reunirá com outras autoridades, incluindo Leonino Caiado.
O engenheiro lembra os desafios da obra, que envolveu cerca de 1,5 mil trabalhadores, muitos vindos do Nordeste. Durante a construção, toda a produção de concreto de Goiânia foi destinada ao estádio.
Sobre a possível concessão do Serra Dourada à iniciativa privada, Lamartine não se opõe, mas faz um alerta sobre a preservação do gramado e do sistema de drenagem. “O fosso tem dupla função: inibe invasões e faz parte do escoamento da água da chuva. Alterar isso pode ser um problema”, afirmou.
Apesar das mudanças ao longo dos anos, ele acredita que o estádio pode voltar a ter o protagonismo de outras épocas.