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domingo, 16 de março de 2025
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PREOCUPANTE

Estudo da NASA prevê que cidades brasileiras podem ser “engolidas” pelo mar; veja quais

Nível dos oceanos subiu 9,4 cm em 30 anos e avanço pode causar inundações em diversas regiões do país

Postado em 15 de março de 2025 por Thais Aires
NASA

Um novo estudo divulgado pela NASA acendeu um sinal de alerta para diversas cidades brasileiras. A análise aponta que o aumento do nível do mar nas últimas décadas, impulsionado pelas mudanças climáticas, está ocorrendo em um ritmo acelerado e ameaça submergir áreas costeiras em todas as regiões do país e do mundo.

Segundo os dados, houve um aumento de 9,4 cm no nível dos oceanos entre 1993 e 2023, com uma média anual de 0,3 cm. Notavelmente, na última década, essa média subiu para 0,42 cm por ano.

Os cientistas da NASA utilizaram satélites e modelos climáticos avançados para monitorar o aumento do nível do mar e prever suas consequências. Se as tendências atuais de emissão de gases de efeito estufa continuarem, o nível do mar pode subir até um metro até o final do século. Esse aumento seria suficiente para transformar áreas atualmente habitadas em zonas inabitáveis.

Cidades brasileiras sob ameaça

O estudo conduzido pelo Climate Central, uma organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos, com base em dados da NASA e outras pesquisas climáticas, revelou que se as emissões de gases de efeito estufa continuarem no ritmo atual, levando a um aquecimento global de 3°C, aproximadamente 50 grandes cidades ao redor do mundo terão suas áreas inundadas devido ao aumento do nível do mar.

O Brasil está entre os países que serão impactados. O estudo indica que algumas áreas costeiras das regiões Sul, Sudeste, Norte e Nordeste do país estão sob maior risco.

Entre as cidades e regiões brasileiras mais vulneráveis, de acordo com a NASA, estão:

  • Rio de Janeiro: Ilha do Governador e Duque de Caxias
  • Pará: Ilha de Marajó e partes de Belém
  • Amapá: Oiapoque e a Reserva Biológica do Lago Piratuba
  • Maranhão: Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses
  • Rio Grande do Sul: Porto Alegre e Pelotas

Além das cidades, ecossistemas inteiros podem ser alterados, afetando espécies marinhas e atividades como pesca e turismo.

NASA
Cidades do litoral Norte do Brasil serão as mais afetadas, segundo o relatório da Climate Central. Fonte: Climate Central/Reprodução

Consequências globais e o impacto para milhões de pessoas

Os pesquisadores do Climate Central analisaram quais populações estarão mais vulneráveis nos próximos anos e em diferentes cenários de aquecimento global. Os resultados são alarmantes. A poluição atmosférica e o derretimento das geleiras da Groenlândia e da Antártica foram apontados como os principais fatores que contribuem para a elevação do nível dos oceanos.

A linha da maré alta poderá ultrapassar as terras ocupadas por cerca de 10% da população global atual, ou seja, mais de 800 milhões de pessoas no mundo, após um aquecimento de 3°C. Nesse cenário, muitas nações insulares pequenas estão ameaçadas de perda quase total de território.

De acordo com Nadya Vinogradova Shiffer, diretora de pesquisas da NASA, “as atuais taxas de aceleração significam que estamos no caminho para adicionar mais 20 centímetros ao nível médio global do mar até 2050, (…) aumentando a frequência e os impactos das inundações em todo o mundo”.

Sob o cenário de aquecimento de 3°C, a China, a Índia, o Vietnã e a Indonésia são os quatro principais países que correm maior risco de sofrer com o aumento do nível do mar em longo prazo. Além disso, várias ilhas, como as Ilhas Cocos, as Maldivas, Ilhas Cayman e Bahamas, terão mais de 90% de suas populações embaixo d’água.

Mesmo que, hoje, as emissões de carbono fossem reduzidas ao limite proposto pelo Acordo Climático de Paris e o aquecimento fosse mantido a 1,5°C, ainda assim haveria um aumento médio global no nível do mar de 2,9 metros ao longo do século.

O que pode ser feito para conter os impactos?

Para frear o avanço do nível do mar, especialistas apontam a necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Investir em energias renováveis e adotar práticas sustentáveis são passos fundamentais para minimizar os efeitos do aquecimento global.

Além disso, cidades costeiras precisam de infraestrutura adaptada às mudanças climáticas. Barreiras naturais e artificiais podem conter as águas, enquanto sistemas de alerta precoce ajudam a minimizar os danos.

O aumento do nível do mar é um desafio global e exige ações imediatas. Sem medidas eficazes, o mapa do Brasil pode sofrer mudanças significativas nas próximas décadas.

 

 

 

Leia também: ‘Teoria do Fim do Mundo’, de Stephen Hawking, é confirmada pela NASA

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