Câncer de tireoide é mais comum em mulheres
Segundo o INCA, o Brasil registra cerca de 13.780 novos casos de câncer de tireoide por ano
Considerado o quinto tipo mais frequente entre mulheres com idades entre 20 e 65 anos, o câncer de tireoide apresenta uma incidência três vezes maior nesse público em comparação aos homens. Dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelam que, anualmente, são estimados cerca de 13.780 novos casos no Brasil, sendo 11.950 entre mulheres e 1.830 em homens. Em 2023, a doença representou aproximadamente 2,6% de todos os diagnósticos de câncer no país.
Localizada na região frontal do pescoço, a glândula tireoide é responsável pela produção de hormônios fundamentais para a regulação do metabolismo. Quando células anormais começam a se multiplicar descontroladamente nessa região, forma-se o câncer de tireoide. As causas exatas ainda não são totalmente compreendidas, mas fatores como exposição a radiações, predisposição genética e histórico familiar da doença estão entre os principais fatores de risco.
Os sintomas relacionados a alterações na tireoide nem sempre são específicos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Alterações de peso, fadiga constante, queda de cabelo, unhas frágeis, distúrbios menstruais e mudanças de humor são alguns dos sinais que podem indicar disfunções na glândula. No caso específico do câncer, o surgimento de um nódulo ou inchaço no pescoço, rouquidão persistente, dificuldade para engolir e sensação de aperto na garganta podem servir como sinais de alerta.
Muitos casos são identificados de forma incidental, durante exames de rotina ou investigações por outros motivos. Por isso, a recomendação de especialistas é que o acompanhamento médico periódico seja mantido, especialmente para mulheres em idade de maior incidência. O diagnóstico geralmente envolve exames de imagem, como ultrassonografia, complementados por punções e biópsias de nódulos suspeitos.
O tratamento varia conforme o estágio e o tipo do tumor, podendo incluir cirurgia, iodoterapia e acompanhamento hormonal. Embora não haja métodos garantidos para prevenir o câncer de tireoide, adotar hábitos saudáveis contribui para a saúde geral e pode reduzir os riscos. Alimentação equilibrada, com atenção especial à ingestão adequada de iodo, prática regular de atividades físicas e controle do estresse são algumas das medidas recomendadas por profissionais de saúde.
Estudo aponta relação entre câncer de mama e tireoide
Pesquisadores da Universidade de Columbia (EUA) identificaram, em estudo divulgado em 2015, que mulheres que tiveram câncer de mama apresentam risco aumentado de desenvolver câncer de tireoide, principalmente nos cinco anos seguintes ao tratamento. O inverso também se confirma: pacientes com histórico de câncer de tireoide têm maior probabilidade de desenvolver câncer mamário.
Ambos os tumores são influenciados por alterações hormonais, o de mama, geralmente ligado ao estrogênio, e o de tireoide, aos hormônios tireoidianos. Além disso, terapias como a radioterapia na região do pescoço podem contribuir para mutações nas células da tireoide, elevando o risco de novos cânceres. Por isso, o monitoramento contínuo dessas pacientes é essencial.