Mais de 80% das mulheres aparecidenses deram à luz em hospitais fora do município
As gestantes buscaram atendimento em outras cidades por falta de estrutura hospitalar adequada
Apesar de ser a segunda maior cidade de Goiás e ultrapassar meio milhão de habitantes, Aparecida de Goiânia liderou o ranking nacional de partos realizados fora do município de residência em 2023. Segundo o Relatório do Registro Civil, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 80,8% das mulheres aparecidenses que deram à luz o fizeram em hospitais de outras cidades.
Esse é o maior percentual entre os municípios brasileiros com mais de 500 mil moradores. Em seguida, aparecem Belford Roxo (RJ), com 79,5%, Jaboatão dos Guararapes (PE), com 74,6%, e Ananindeua (PA), com 58%.
O levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) considera municípios que integram regiões metropolitanas de capitais, como é o caso de Aparecida, vizinha da capital goiana. A busca por melhores condições de atendimento nas grandes cidades é apontada como principal fator que leva as mulheres a deixarem seus municípios de origem na hora do parto.
Enquanto nas capitais e no Distrito Federal a média de nascimentos fora do local de residência da mãe é de 33,9%, em Aparecida essa taxa ultrapassa o dobro, o que evidencia um histórico problema de estrutura hospitalar voltada para o atendimento materno-infantil.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), até fevereiro de 2024 a cidade dispunha de apenas uma maternidade pública, considerada obsoleta e insuficiente para a demanda. Esse cenário começou a mudar com a inauguração da nova Maternidade Municipal Maria da Cruz Gomes Santana, que passou a funcionar 24 horas por dia, com atendimento emergencial, ambulatorial e 30 leitos, incluindo UTI neonatal.
Atualmente, a nova maternidade opera com 50 leitos e já representa um avanço significativo na capacidade de acolhimento. A unidade é mantida integralmente com recursos municipais. Para os próximos meses, a prefeitura, com apoio do governo federal, planeja expandir a capacidade para 60 leitos.
Uma audiência com o ministro da saúde, Alexandre Padilha, já foi realizada para tratar do aumento na estrutura e garantir que, até o fim do ano, todas as gestantes aparecidenses possam ser atendidas no próprio município — evitando deslocamentos desnecessários e, muitas vezes, arriscados.
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