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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
tragédia

“Temos 48 horas para salvar 14 mil bebês”: ONU alerta para fome catastrófica em Gaza

Tom Fletcher, representante da ONU, diz que 14 mil bebês podem morrer em 48 horas se Israel não liberar a entrada de ajuda humanitária

Micael Silvapor Micael Silva em 20 de maio de 2025
“Temos 48 horas para salvar 14 mil bebês”: ONU alerta para fome catastrófica em Gaza Foto: Agência Brasil
“Temos 48 horas para salvar 14 mil bebês”: ONU alerta para fome catastrófica em Gaza Foto: Agência Brasil

Tom Fletcher, chefe de ajuda humanitária da ONU, alertou nesta terça-feira (20) que 14 mil bebês podem morrer nas próximas 48 horas em Gaza, caso Israel não autorize a entrada de ajuda humanitária suficiente. O apelo foi feito durante entrevista ao programa Today, da BBC, em meio ao agravamento da crise no território palestino.

“Vamos carregar os caminhões com comida para bebês e nosso pessoal vai correr os riscos. Quero salvar o máximo possível desses 14 mil bebês nas próximas 48 horas”, disse Fletcher.

Desde 2 de março, Israel mantém um bloqueio total à Faixa de Gaza, impedindo a entrada de alimentos, combustível e medicamentos. A ONU já classificou a situação como um “preço desastroso” pago pela população palestina.

Ajuda insuficiente: “gota no oceano”

Apesar da liberação parcial de ajuda anunciada no domingo (17), o volume autorizado segue muito abaixo do necessário. Apenas cinco caminhões conseguiram entrar em Gaza na segunda-feira (18), o que Fletcher classificou como uma “gota no oceano”.

“Precisamos de uma verdadeira inundação de ajuda humanitária”, afirmou. A prioridade, segundo ele, é alcançar as regiões mais afetadas do território, especialmente no norte, onde a fome se tornou uma ameaça iminente.

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Mesmo os poucos caminhões que cruzaram a fronteira ainda não conseguiram chegar às comunidades necessitadas.

ONU mantém equipes em campo

Questionado sobre a estimativa de 14 mil bebês em risco, Fletcher explicou que as equipes da ONU seguem em campo, mesmo após várias mortes de trabalhadores humanitários.

“Eles estão em centros médicos, escolas, tentando avaliar as necessidades”, disse o chefe humanitário, ressaltando o comprometimento das equipes que continuam atuando sob risco constante.

Ele também elogiou a postura recente de Reino Unido, França e Canadá, que criticaram Israel pelas restrições à ajuda. “O verdadeiro teste da intenção do governo israelense é agora”, afirmou Fletcher.

Pressão internacional e resposta de Israel

Na segunda-feira (19), o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu reconheceu que a liberação parcial da ajuda ocorreu após pressão de aliados. “Não devemos chegar a uma situação de fome, tanto do ponto de vista prático quanto diplomático”, declarou.

Netanyahu acrescentou que os “maiores amigos de Israel no mundo” expressaram preocupação com as imagens de desnutrição e sofrimento em massa.

Israel alega que o bloqueio visa pressionar o Hamas, que ainda mantém 58 reféns — sendo que até 23 estariam vivos. O governo também acusa o grupo de roubar ajuda humanitária, algo que o Hamas nega. Segundo Netanyahu, a liberação total dos suprimentos só será feita quando houver uma “área segura sob controle das Forças de Defesa de Israel (IDF)”.

Desespero entre os palestinos: “Não há nem tomate”

Enquanto isso, o desespero aumenta no norte de Gaza. Moradores relataram à BBC que não conseguem mais encontrar alimentos básicos.

“Estamos vivendo uma tragédia. Como conseguiremos ajuda do sul? Será difícil para nós irmos até lá”, disse um morador da Cidade de Gaza.

“As pessoas começaram a desmaiar por falta de comida. Não sabemos o que dar para alimentar nossos filhos. Não há lentilhas, arroz, farinha, legumes. Ninguém tem dinheiro nem para um tomate ou um saco de farinha”, relatou outro.

“Estamos desesperados por itens básicos como combustível e açúcar. Precisamos de comida para as crianças”, afirmou Abu Salem, outro morador da região.

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