Goiás tem quase 5 mil casos e 268 mortes por síndromes respiratórias agudas graves
Aumento de 26% nos casos em relação ao ano passado preocupa autoridades de saúde
Os casos de síndromes respiratórias agudas graves (SRAGs) continuam crescendo em Goiás e acendem um sinal de alerta para as autoridades sanitárias. Dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Boletim InfoGripe, apontam que o Estado já acumula 4.992 casos e 268 mortes pela doença em 2025. O número representa um aumento de 26% em comparação ao mesmo período do ano passado.
A situação acompanha uma tendência observada em outras partes do país, mas em Goiás os dados chamam atenção pela velocidade do crescimento e pelos impactos no sistema de saúde. Apenas nas últimas semanas, foram mais de mil novos registros, segundo os dados monitorados pela Fundação.
Entre os principais causadores da SRAG estão os vírus da gripe (Influenza), Covid-19 e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que têm afetado principalmente dois grupos: idosos e crianças pequenas, especialmente aquelas com menos de cinco anos de idade. A gripe, especificamente, tem sido a maior responsável pelas mortes associadas à síndrome, sobretudo entre a população idosa.
O cenário é agravado pelas características climáticas do Estado, que enfrenta a combinação de tempo seco e quedas na temperatura, comuns durante os meses de outono e inverno no Centro-Oeste. Esse fator, aliado à baixa umidade do ar, facilita a circulação de vírus respiratórios e potencializa o agravamento de quadros clínicos, sobretudo em pessoas com doenças pulmonares preexistentes, como asma, bronquite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Imunização não chega nem a 60%
De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), a cobertura vacinal contra a gripe segue abaixo da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que é de 90% para os grupos prioritários. Até o momento, a taxa de vacinação em Goiás não chega nem a 60% do público-alvo, o que amplia o risco de disseminação do vírus Influenza e aumenta a pressão sobre a rede hospitalar.
O boletim da Fiocruz também destaca que, além do vírus da gripe, o coronavírus permanece como agente ativo na geração de casos graves, embora em menor escala se comparado aos anos anteriores. O avanço do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) também é motivo de preocupação, principalmente pelas internações pediátricas, que registraram aumento expressivo nas últimas semanas.
Diante desse cenário, o Governo de Goiás tem reforçado campanhas de conscientização e de incentivo à vacinação. As recomendações incluem ainda cuidados simples e já conhecidos, como higienização frequente das mãos, evitar aglomerações em locais fechados e mal ventilados, uso de máscaras por pessoas com sintomas gripais e busca imediata por atendimento médico diante de sinais de agravamento, como falta de ar, febre alta persistente, cansaço extremo ou dor no peito.
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A Secretaria ressalta que os vírus respiratórios tendem a se propagar mais facilmente nesta época do ano e alerta que a vacinação continua sendo a principal estratégia para reduzir internações e mortes. Além da vacina contra a gripe, o reforço da vacinação contra a Covid-19 também é considerado essencial, especialmente para pessoas idosas, imunossuprimidas e com comorbidades.
O relatório da Fiocruz alerta que o cenário pode piorar nas próximas semanas caso não haja uma resposta rápida da população em relação às medidas preventivas e à vacinação. O crescimento dos casos de SRAG em Goiás segue o padrão de alta observado em outros Estados, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
As autoridades de saúde reforçam ainda que, além do cuidado individual, é necessário um esforço coletivo, tanto dos cidadãos quanto das instituições públicas e privadas, para conter o avanço das síndromes respiratórias. Isso inclui a adoção de medidas de proteção, o incentivo à imunização e o fortalecimento dos serviços de saúde, especialmente nas unidades de atenção primária e nos hospitais que atendem casos de média e alta complexidade.
A SES-GO também recomenda atenção redobrada com crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas, que são os grupos mais vulneráveis ao agravamento dos quadros respiratórios. A expectativa é de que o Estado continue monitorando de perto os indicadores epidemiológicos nas próximas semanas, mantendo atualizados os boletins e as orientações à população. (Especial para O Hoje)