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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

Novo tratamento reduz em 44% risco de morte em câncer de mama HER2-positivo

Atualmente, o tratamento mais adotado consiste na combinação de quimioterapia com dois anticorpos que inibem a atividade da proteína HER2

Leticia Mariellepor Leticia Marielle em 7 de junho de 2025
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Novo tratamento reduz em 44% risco de morte em câncer de mama HER2-positivo. | Foto: Reprodução/Istock

Um avanço significativo no tratamento do câncer de mama HER2-positivo metastático foi apresentado na segunda-feira (2), durante o congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO). De acordo com os pesquisadores responsáveis, uma nova combinação medicamentosa conseguiu reduzir em 44% o risco de progressão da doença ou morte em comparação ao tratamento padrão atual, marcando uma possível guinada terapêutica para um tipo de tumor que representa de 15% a 20% dos casos e não via grandes inovações há mais de uma década.

O câncer HER2-positivo se caracteriza pela superexpressão do gene HER2, que estimula a produção excessiva de uma proteína responsável pela multiplicação das células tumorais. Em estágios metastáticos, a expectativa de vida média dos pacientes gira em torno de cinco anos. Atualmente, o tratamento mais adotado, conhecido pela sigla THP, consiste na combinação de quimioterapia com dois anticorpos que inibem a atividade da proteína HER2.

A proposta apresentada no novo estudo substitui essa abordagem pelo uso do T-DXd, um anticorpo conjugado à quimioterapia, que age de forma mais precisa. A técnica, conhecida como “bomba inteligente”, permite que o medicamento seja liberado diretamente dentro das células cancerígenas, minimizando a exposição de tecidos saudáveis à quimioterapia. 

No ensaio clínico, cerca de 400 pacientes foram divididos aleatoriamente entre dois grupos: um recebeu a nova combinação do T-DXd com o anticorpo pertuzumab; o outro seguiu com o tratamento padrão THP. Um terceiro grupo, tratado apenas com T-DXd, ainda aguarda análise de resultados. Após um acompanhamento médio de dois anos e meio, os dados mostraram que o novo protocolo praticamente dobrou a taxa de desaparecimento completo do tumor (15% contra 8,5% com o tratamento convencional) e estendeu o tempo médio até a progressão ou retorno da doença de 26,9 meses para 40,7 meses.

Os efeitos colaterais mais relatados com o novo esquema incluem náuseas, diarreia e redução dos glóbulos brancos. Em alguns casos, houve registro de fibrose pulmonar. Apesar disso, os cientistas destacam que os benefícios observados superam os riscos em grande parte dos pacientes. O T-DXd poderá ganhar uma nova função como tratamento de primeira escolha, caso a aprovação pelas agências reguladoras seja confirmada. 

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