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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Saúde

IA desenvolvida em Hong Kong identifica risco de Alzheimer pela retina

Em Hong Kong, um centro médico desenvolveu um sistema pioneiro que usa inteligência artificial para prever o risco de Alzheimer por meio da análise de imagens da retina

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 10 de junho de 2025
IA desenvolvida em Hong Kong identifica risco de Alzheimer pela retina
Foto: Pixabay

Um centro médico de Hong Kong desenvolveu um sistema pioneiro que usa inteligência artificial para prever o risco de Alzheimer por meio da análise de imagens da retina. A iniciativa é fruto da parceria entre o Humansa Medical Center e a i-Cognitio Sciences, empresa ligada à Universidade Chinesa de Hong Kong. A tecnologia permite detectar mudanças nos vasos e nervos da retina que indicam risco da doença antes mesmo do surgimento dos sintomas.

A grande vantagem está na simplicidade do método. Em vez de exames invasivos e de alto custo, como PET amiloide ou punções, a tecnologia usa fotografias não invasivas do fundo do olho. Essas imagens são avaliadas por algoritmos de aprendizado profundo capazes de identificar padrões associados ao Alzheimer de forma precoce, acessível e eficaz.

Para desenvolver o sistema, os pesquisadores utilizaram um grande banco de dados, com quase 13 mil imagens de pessoas diagnosticadas com Alzheimer e mais de 3 mil de indivíduos com cognição normal. Um estudo publicado em 2022 na Lancet Digital Health mostrou que o modelo alcançou entre 80% e 92% de precisão em diferentes populações ao redor do mundo.

O impacto da descoberta pode ser significativo. Na região Ásia-Pacífico, estima-se que um terço das pessoas com mais de 85 anos sofram algum tipo de demência. Em Hong Kong, cerca de 10% da população acima dos 70 anos é afetada, sendo o Alzheimer o principal diagnóstico entre esses casos.

Além disso, evidências científicas indicam que até 45% dos casos de demência poderiam ser evitados ou adiados com ações preventivas iniciadas mais cedo. A identificação antecipada dos riscos pode permitir estratégias de intervenção antes que o comprometimento cognitivo se torne irreversível.

Vincent Mok, diretor da i-Cognitio, destaca o papel central da retina nesse processo. “A retina é uma janela para o cérebro”, afirma. Segundo ele, a tecnologia abre caminho para que exames simples e rápidos possam ser usados em larga escala, beneficiando comunidades e ampliando o acesso ao cuidado com a saúde cerebral.

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