Brasileira desaparece após queda em penhasco no vulcão Rinjani, na Indonésia
Juliana Marins, de 26 anos, está presa há três dias em uma encosta de difícil acesso no vulcão Rinjani.
Equipes de resgate da Indonésia continuam as buscas pela brasileira Juliana Marins, de 26 anos, desaparecida desde a última sexta-feira (20), no horário de Brasília. A jovem caiu de um penhasco durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, e permanece presa em uma área íngreme, cerca de 300 metros abaixo da trilha principal.
Nesta segunda-feira (23), o Ministério das Relações Exteriores confirmou que os trabalhos de resgate chegaram ao terceiro dia. As autoridades brasileiras acompanham de perto as ações e mantêm contato direto com as equipes indonésias.
Como foi o acidente?
Juliana caiu na borda da cratera do vulcão durante a madrugada de sábado (21), pelo horário local. O ponto onde ela está fica a aproximadamente quatro horas de caminhada do centro urbano mais próximo, o que dificulta ainda mais o acesso das equipes de resgate.
Após o pedido desesperado da família, a Embaixada do Brasil em Jacarta acionou imediatamente as autoridades indonésias para reforçar o apoio às buscas. No entanto, as equipes enfrentam condições climáticas severas, como neblina densa e baixa visibilidade, o que compromete o uso de drones e retarda as operações.
Um vídeo enviado pela Prefeitura de Niterói à família da jovem revela o cenário crítico da montanha. As imagens mostram montanhistas no local, mas sem equipamentos adequados para o salvamento. A visibilidade praticamente inexistente torna o trabalho ainda mais arriscado.
O embaixador do Brasil na Indonésia acompanha pessoalmente o caso e mantém diálogo constante com a Agência de Busca e Salvamento e a Agência Nacional de Combate a Desastres daquele país. Além disso, dois representantes da embaixada foram enviados à região para prestar assistência direta. O Itamaraty também acionou autoridades indonésias de alto escalão para solicitar reforço de recursos e pessoal nas operações. Mesmo assim, o difícil acesso ao local e o mau tempo continuam sendo os principais obstáculos.
Quem é Juliana Marins?
Natural de Niterói, no Rio de Janeiro, Juliana é formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também trabalha como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia, com passagens por Filipinas, Vietnã e Tailândia, até chegar à Indonésia.
Juliana estava sozinha na trilha quando sofreu a queda. Poucas horas depois, turistas que passavam pelo local conseguiram localizá-la com a ajuda de um drone. As imagens circularam rapidamente nas redes sociais e chegaram à família no Brasil.
A família denuncia falhas na condução da trilha e acusa o guia responsável pelo passeio de abandono. Segundo Mariana Marins, irmã da vítima, Juliana reclamou de cansaço e foi deixada para trás por Ali Mustafa, que seguiu com outros turistas até o topo da montanha. Quando retornou, Juliana já havia desaparecido.
Além disso, familiares afirmam que as informações fornecidas pelo governo indonésio são desencontradas. Eles também criticam a atuação da Embaixada do Brasil, alegando falta de suporte adequado. A imprensa local repercutiu o caso e destacou falhas graves na condução da trilha e no suporte aos turistas.
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