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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Retaliação

Irã lança mísseis contra base dos EUA no Catar após ataque a usinas nucleares

Bombardeio iraniano foi anunciado como resposta proporcional à ofensiva americana de sábado, que destruiu instalações nucleares no Irã

Lalice Fernandespor Lalice Fernandes em 23 de junho de 2025
Irã lança mísseis contra base dos EUA no Catar após ataque a usinas nucleares
Foto: Akbar Nemat/ Unsplash

O Irã lançou mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, na segunda-feira (23), em retaliação direta ao bombardeio conduzido pelos Estados Unidos contra instalações do programa nuclear iraniano no último sábado (21). Segundo fontes israelenses, seis mísseis foram disparados em direção à base, que abriga mais de 10 mil militares e é considerada a maior instalação americana no Oriente Médio.

As explosões foram ouvidas em diversos pontos de Doha, capital do Catar. Porém, apesar da intensidade do ataque, o governo catari informou que não houve vítimas entre civis. Autoridades dos Estados Unidos também afirmaram que nenhum soldado americano morreu na ação, de acordo com a agência Reuters.

Poucas horas depois do bombardeio, o espaço aéreo de quatro países — Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Bahrein — foi temporariamente fechado. O Ministério das Relações Exteriores do Catar classificou a ação iraniana como uma violação flagrante de sua soberania, mas reconheceu que o governo de Teerã informou com duas horas de antecedência sobre o ataque, por meio de canais diplomáticos. Washington também teria recebido o mesmo alerta prévio.

A ofensiva foi anunciada pela mídia iraniana como parte da operação “Anunciação da Vitória”. Em nota, as Forças Armadas do Irã afirmaram que “nenhum ataque ao território iraniano ficará sem resposta” e prometeram reagir a qualquer violação da integridade nacional. O Conselho Supremo de Segurança do país declarou que a retaliação não foi dirigida ao Catar, mas sim aos interesses americanos na região. E ainda ressaltou que o ataque não “representa qualquer perigo para o Catar ou seu povo”.

Autoridades iranianas, ouvidas pelo New York Times, explicaram que o objetivo era realizar um contra-ataque simbólico, sem causar grandes baixas, e preservar uma eventual margem de desescalada. A estratégia seria semelhante à adotada em 2020, após o assassinato do general Qassem Soleimani, quando o Irã lançou mísseis contra uma base americana no Iraque também com aviso prévio.

A base de Al Udeid é um dos pontos centrais da presença militar dos EUA no Golfo Pérsico e tem papel estratégico em operações de monitoramento e resposta no Oriente Médio. Após os bombardeios, embaixadas americanas em Doha e no Bahrein elevaram seus protocolos de segurança, emitindo alertas para que cidadãos dos Estados Unidos se mantivessem em abrigos até segunda ordem.

O ataque iraniano ocorre dois dias depois da operação americana batizada de “Martelo da Meia-Noite”, quando bombardeiros dos EUA atingiram as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan. De acordo com o Pentágono, os alvos foram destruídos com uso de bombas de penetração profunda. O governo de Teerã condenou a ação, enquanto o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, parabenizou o presidente Donald Trump e afirmou que o ataque “mudará a história”.

Desde 13 de junho, o Irã também enfrenta ofensivas israelenses, que alegam ter como alvo estruturas militares e nucleares. Em resposta, Teerã passou a disparar mísseis diariamente contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Beersheba.

Em nota transmitida pela emissora estatal iraniana, o governo justificou a retaliação da segunda-feira como resposta à “flagrante agressão militar do regime criminoso dos Estados Unidos contra instalações nucleares pacíficas”. A nota ainda acrescenta que as bases americanas no Oriente Médio representam, segundo Teerã, uma “fraqueza estratégica” e um “espinho no pé” de Washington.

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