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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Grande contrato

Por que o Corinthians renovou com a Nike e recusou proposta da Adidas

Diretoria do Timão acredita que contrato seja um dos melhores do Brasil

Pedro Paulo Lemespor Pedro Paulo Lemes em 25 de junho de 2025
Corinthians precisa vencer para manter vivo o sonho na Sul-Americana
(Foto: Reprodução/ Corinthians)

Após meses de negociação, o Corinthians anunciou a renovação de contrato com a Nike até o fim de 2035, encerrando as especulações sobre uma possível troca para a Adidas. A decisão foi tomada na noite da última terça-feira (24), após avaliação conjunta entre a presidência interina, departamentos do clube e conselhos internos.
Embora as propostas financeiras fossem semelhantes, a diretoria optou por permanecer com a Nike, considerando não apenas os valores fixos, mas também fatores logísticos, comerciais e, principalmente, jurídicos.

Contrato e valores

A Nike se comprometeu a pagar R$ 59 milhões fixos por ano ao Corinthians, com reajuste anual pelo IPCA — algo ausente no contrato anterior. Já a Adidas oferecia cerca de R$ 55 milhões anuais, dos quais R$ 35 milhões seriam royalties fixos, sem correção inflacionária.
Com bonificações e variáveis, o novo contrato com a Nike pode render até R$ 1,3 bilhão ao longo dos dez anos. Internamente, o clube trabalha com uma estimativa mais conservadora, em torno de R$ 1,1 bilhão. Parte desse valor será antecipada para aliviar o caixa do clube ainda em 2025, embora a quantia exata não tenha sido divulgada.

Distribuição e produtos

Uma das principais reclamações dos torcedores era a escassez de produtos oficiais nas lojas. O novo acordo pretende resolver isso: a Nike garantiu um mínimo de R$ 38 milhões anuais em royalties, quase o dobro do contrato anterior. Para garantir retorno, a fornecedora terá mais interesse em abastecer o mercado com artigos do clube.
O Corinthians também ampliou o volume de produtos recebidos. A cota anual subirá para cerca de 60 mil peças (equivalente a R$ 15 a R$ 20 milhões), contra os R$ 4 milhões de produtos previstos no contrato anterior. Em 2024, o clube já havia ultrapassado o limite anterior, consumindo cerca de R$ 14 milhões.
Outro diferencial foi a flexibilidade da Nike em permitir que o clube lucre mais com a venda de itens licenciados por outras empresas, como bonés e chinelos. A fornecedora também prometeu reforçar a distribuição internacional — relevante para o posicionamento da marca do Corinthians fora do Brasil.

Questões jurídicas pesaram na escolha

O fator determinante para o Corinthians não fechar com a Adidas foi o risco jurídico envolvido. A Nike havia acionado uma cláusula de renovação automática até 2029 por meio da Fisia, distribuidora da marca no Brasil. O clube contestava a validade dessa cláusula, mas temia uma disputa judicial que poderia custar mais de R$ 100 milhões.
A diretoria tentou transferir essa responsabilidade para a Adidas, que recusou assumir qualquer eventual custo. Com o clube já enfrentando processos judiciais e dificuldades financeiras, a opção foi seguir com a Nike para evitar mais riscos legais.
Além disso, surgiu um possível intermediário nas tratativas com a Adidas nos últimos dias, desconhecido pela atual gestão. Esse fator aumentou o nível de incerteza e reforçou a decisão de seguir com a parceira histórica.

Parceira do Timão desde 2003, a Nike é atualmente a única fornecedora de material esportivo de um clube da Série A. A empresa norte-americana considera o Corinthians sua principal aposta no futebol brasileiro. A partir de 2026, Atlético-MG e Vasco também passarão a ser atendidos pela marca.
Com o novo contrato, a diretoria corintiana acredita ter firmado um dos acordos mais vantajosos do país no setor, ao lado do Flamengo, patrocinado pela Adidas.

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Tags:
Futebol
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